Para o Partido dos Trabalhadores, julgamento contra o ex-presidente Lula nada mais é que ação para evitar a candidatura
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Para o Partido dos Trabalhadores, julgamento contra o ex-presidente Lula nada mais é que ação para evitar a candidatura

Mesmo com a manutenção da condenação de Luiz Inácio Lula da Silva no caso tríplex da Operação Lava Jato , o Partido dos Trabalhadores (PT) lança na manhã desta quinta-feira (25), em reunião ampliada da comissão executiva do partido, o nome do ex-presidente como pré-candidato à Presidência da República para as eleições deste ano. A candidatura, entretanto, só poderá ser formalizada em agosto.

No início da reunião, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o encontro e o lançamento da candidatura de Lula são um ato político. "Ontem, o Brasil conheceu o tamanho da nossa militância", disse, lembrando dos movimentos que ocorreram pelo País contra a sentença do ex-presidente. "Para prender o Lula, vocês vão ter de prender milhares de brasileiros", afirmou Lindbergh Farias, líder do PT no Senado.

Após gritos de "Brasil urgente, Lula presidente", juristas falaram sobre o julgamento que, além de manter a sentença do juiz Sérgio Moro sobre Lula, ainda a aumentou para 12 anos e um mês. Os militantes do PT não deixaram de reiterar que, para eles, tudo não passou de um golpe. 

Já Lula voltou a afirmar que é inocente (clique aqui para ler a reportagem completa). “Hoje é um dia especial. Dentre tantos dias especiais que eu já vivi, hoje é um dia especial, que me dá orgulho. Não orgulho porque ontem teve uma sentença de condenação de três a zero contra mim, mas de orgulho porque, após tantos anos de perseguição, os três juízes se pronunciaram durante tantas e tantas horas – e meu advogado só teve 15 minutos de defesa –, e a imprensa, hoje, não pode falar de corrupção porque não cometi nenhum crime. Eles sabem que condenaram um inocente neste País.” 

Manobra política

Mais cedo, em entrevista à Rádio Eldorado, o vice-presidente nacional do PT, Alexandre Padilha, já havia afirmado que acredita que toda ação contra o ex-presidente não passa de uma manobra para tentar tirar o ex-presidente do quadro eleitoral nestas eleições.

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“A violência brutal sofrida por Lula só unificou o PT em torno de sua candidatura à presidência da República, ajudou a aglutinar o centro/esquerda, mesmo nomes não ligados ao PT, como Fernando Henrique Cardoso, saíram em defesa do ex-presidente, e tudo isso irá acelerar a construção de uma frente ampla de centro-esquerda para as eleições gerais deste ano.”

Pós-julgamento

Os desembargadores negaram o recurso de defesa do líder petista por 3 a 0, mantendo a condenação proferida pelo juiz Sérgio Moro e aumentando a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês de prisão.

Como foi condenado por um órgão colegiado, o líder petista passa agora a se enquadrar na Lei da Ficha Limpa, e corre o risco de ficar de fora das eleições. Juridicamente, contudo, a questão não é ponto pacífico, e ainda há a chance de a candidatura de vingar.

Por meio de nota, assinada pela presidente nacional do partido, o partido classifica de “farsa judicial” a condenação do ex-presidente. A nota também elenca aqueles que, segundo o partido, tomaram parte no “ golpe antidemocrático ”. “Confirma-se o engajamento político-partidário de setores do sistema judicial, orquestrado pela Rede Globo, com o objetivo de tirar Lula do processo eleitoral”, diz a nota.

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“São os mesmos setores que promoveram o golpe do impeachment em 2016, e desde então veem dilapidando o patrimônio nacional, entregando nossas riquezas e abrindo mão da soberania nacional, retirando direitos dos trabalhadores e destruindo os programas sociais que beneficiam o povo.”

A nota é encerrada afirmando que “hoje é o começo da grande caminhada que, pela vontade do povo, vai levar o companheiro Lula novamente à Presidência da República”.

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