Ação por improbidade administrativa contra Kassab aponta recebimento de propina de R$ 21 milhões da empreiteira
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 10.1.2017
Ação por improbidade administrativa contra Kassab aponta recebimento de propina de R$ 21 milhões da empreiteira

O Ministério Público de São Paulo ( MP-SP ) moveu quatro ações nesta terça-feira (19) por improbidade administrativa, sendo um dos acusados o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações Gilberto Kassab (PSD-SP), apontado por ter recebido pouco mais de R$ 21 milhões em 'caixa 2' da empreiteira Odebrecht entre os anos de 2008 e 2014, quando ocupava o cargo de prefeito de São Paulo. Com isso, o MP-SP também pede o bloqueio de bens de R$ 85 milhões do político paulista. 

As ações abertas hoje têm origem nos depoimentos dos delatores da Odebrecht, que acusam o ministro de Michel Temer, Gilberto Kassab , de receber o dinheiro em 'caixa 2' durante o período em que era prefeito da capital paulista e também quando ocupava o cargo de ministro das Cidades, no governo da petista Dilma Rousseff. Nesta terça-feira , a empreiteira fechou um novo acordode leniência com o MP paulista e o Cade  (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) relativo às irregularidades cometidas entre os anos de 2008 e 2015. Além disso, a empresa garantiu à Promotoria que irá devolver o dinheiro aos cofres públicos.

Cartel de empreiteiras

No novo acordo de leniência, a Odebrecht revelou que integrou um cartel que reuniu 22 empreiteiras que fraudavam concorrências e repartir entre si contratos de obras viárias com o governo de São Paulo. O esquema teria funcionado durante mais de uma década, no período de 2004 a 2015, e teve como alvos os contratos do Rodoanel Mário Covas (trecho sul) e outras sete obras licitadas durante as gestões do PSDB no estado: Avenida Roberto Marinho, Nova Marginal Tietê, Complexo Jacú Pêssego, Chucri Zaidan, Avenida Cruzeiro do Sul, Avenida Sena Madureira, e Córrego Ponte Baixa.

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Segundo as informações e documentos apresentados pela Odebrecht e por seus executivos, o cartel de empresas que visava faturar o contrato do Rodoanel se constituiu a partir de conversas iniciadas em junho de 2004 entre representantes das maiores empreiteiras do País: a própria Odebrecht, a Andrade Gutierrez, a Camargo Corrêa, a OAS e a Queiroz Galvão.

Vice-campeão em planilha

Vale lembrar que o agora ministro da Comunicação foi o segundo nome mais citado na planilha entregue pela Odebrecht em delação premiada nos primeiros meses deste ano. Depois do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que é apontado por ter recebido propina de R$ 62 milhões, Gilberto Kassab aparece como “vice”, com a quantia de R$ 21,3 milhões. Na sequência da empreiteira vêm: Pezão, com R$ 20,3 milhões; Paes, com R$ 16,1 milhões.

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