Depois de o líder do governo no Senado e ex-ministro do governo Temer, senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmar nesta quarta-feira (13), por volta das 17h05, que a votação da proposta de reforma da Previdência ficaria para 2018, o Palácio do Planalto divulgou uma nota às 18h52 declarando que o presidente ainda não havia decidido adiar a votação definitivamente.
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De acordo com Jucá, a decisão de deixar a análise da reforma da Previdência para a partir de fevereiro do ano que vem foi tomada em acordo entre os presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE).
No entanto, o Planalto divulgou nota que não confirma o comunicado de Jucá. Confira o texto na íntegra:
" Após passar por procedimento cirúrgico em São Paulo na tarde de hoje, o presidente Michel Temer retornará a Brasília nesta quinta-feira (14), com liberação da equipe médica que o acompanha.
Ele espera ainda para amanhã a leitura da emenda aglutinativa do deputado Arthur Maia sobre a reforma da Previdência.
Somente depois disso, o presidente discutirá com os presidentes do Senado Federal, Eunício Oliveira, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a data de votação da proposta."
O anúncio de Jucá surge na véspera do início das discussões sobre o projeto no plenário da Câmara dos Deputados. O texto elaborado pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), será lido no plenário da Câmara nessa quinta-feira (14) e o presidente Michel Temer esperava que a votação ocorresse entre a próxima segunda (18) e terça-feira (19) – portanto na última semana antes do recesso legislativo.
Os aliados do governo e o próprio presidente Temer vinham aumentando o empenho em busca de votos para aprovar o pacote de alterações nas regras para a aposentadoria, considerado "fundamental" pelo Planalto para o equilíbrio nas contas públicas.
Ainda nesta manhã, antes de embarcar para São Paulo para realizar exames médicos, Temer pediu que prefeitos o ajudassem a pressionar deputados a apoiar a reforma e disse que seria "melhor resolver isso logo".
A cúpula do PSDB decidiu nesta quarta-feira fechar questão a favor da proposta , medida que já havia sido adotada pelo PMDB , de Michel Temer, e estava sendo discutida pelo Democratas , de Rodrigo Maia.
A reforma que parou
Mesmo com o apoio dessas bancadas, o governo entende que ainda não há margem segura para aprovar a proposta no plenário da Câmara, onde são necessários ao menos 308 votos.
O texto da reforma está pronto para ser votado desde maio, mas a tramitação do projeto foi interrompida por conta da crise política desencadeada pelo surgimento das denúncias de executivos da JBS contra o presidente Temer.