Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha disse nesta sexta que Temer poderá manter nomes do PSDB em seu governo
Antonio Cruz/Agência Brasil - 28.11.17
Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha disse nesta sexta que Temer poderá manter nomes do PSDB em seu governo

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), afirmou que o Planalto já não entende que o PSDB faz parte da base de apoio da gestão Michel Temer. A declaração foi dada durante evento realizado nesta sexta-feira (29) em Brasília e se dá a despeito de o partido não ter anunciado oficialmente essa posição de desembarque da base aliada.

"O PSDB não está na base de sustentação do governo federal. O partido já disse que vai sair agora no dia 9 [de dezembro, quando será realizada a convenção nacional da legenda ]. Nós vamos fazer de tudo para manter a base do governo e um projeto único de poder para 2018", disse Padilha.

O chefe da Casa Civil do governo sugeriu, por outro lado, que o presidente Temer poderá manter tucanos em sua equipe ministerial a despeito do iminente rompimento peessedebista com o Planalto. O PSDB detém hoje três pastas: Secretaria de Governo (Antônio Imbassahy), Relações Exteriores (Aloysio Nunes) e Direitos Humanos (Luislinda Valois).

Lua de mel e divórcio entre PSDB e Temer

Um dos principais fiadores da ascensão de Temer à Presidência da República mediante ao impeachment de Dilma Rousseff, o PSDB passou a conviver com a possibilidade de romper a aliança com Planalto a partir de maio deste ano. Naquele mês, tanto Michel Temer quanto o então presidente nacional peessedebista, senador Aécio Neves (MG), viram-se cobertos de suspeitas devido à divulgação das delações de executivos da JBS.

Aécio se afastou da liderança tucana e abriu espaço para o senador Tasso Jereissati (CE) assumir o posto interinamente. Tasso passou a usar o cargo de destaque para defender o rompimento do PSDB com o governo, chegando a veicular na televisão uma propaganda do partido recheada de críticas a Temer. O material não passou pelo crivo de outros integrantes da cúpula tucana.

O movimento pró-desembarque ganhou força nos últimos meses entre os integrantes do partido e o racha interno da legenda se intensificou de vez no início deste mês, quando Aécio retomou a presidência tucana apenas para destituir Tasso , e logo em seguida colocou Alberto Goldman para conduzir o partido.

O gesto de Aécio incomodou ainda mais os tucanos que são contrários à permanência do partido na base de sustentação de Temer. Cinco dias após a destituição de Tasso, o então ministro das Cidades,  Bruno Araújo, pediu demissão do cargo sob a alegação de que não tinha mais apoio de seu partido para continuar na função.

A convenção nacional do partido está agendada para ocorrer no dia 9 de dezembro, quando será escolhido o novo presidente da agremiação e também deve ser confirmado o rompimento com o governo Temer.

Os dois candidatos à liderança tucana eram, até o início dessa semana, o próprio Tasso Jereissati e o governador de Goiás, Marconi Perillo, – ambos pró-desembarque. Após conversas nos últimos dias, no entanto, houve consenso para que o único candidato para presidir o PSDB seja o governador de São Paulo , Geraldo Alckmin.

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