Sérgio Cabral responde a 14 ações penais e já foi condenado três vezes; penas somam 72 anos de prisão
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Sérgio Cabral responde a 14 ações penais e já foi condenado três vezes; penas somam 72 anos de prisão

Foi no dia 17 de novembro, há exatamente um ano , que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) deixou seu apartamento no Leblon pela última vez. Entrou em um carro importado, um Pajero de cor preta, que não fazia parte de sua frota particular. Assim que deixou sua casa, encontrou-se rodeado de homens, mas não aqueles que o assessoravam nos tempos áureos de sua vida política. Não. Estes não sorriam e nem batiam em suas costas de maneira fraterna. Lá fora, o político encontrou uma multidão o esperando na rua, mas não eram eleitores, não poderia naquele momento fazer nenhuma promessa. Estava de ‘mãos atadas’. Ouviam-se gritos entusiasmados, mas as pessoas não chamavam por seu nome. Elas apenas sabiam gritar "ladrão!". Sérgio Cabral, enfim, era preso. 

Desde aquele dia, quando foi deflagrada a Operação Calicute (desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro), Sérgio Cabral  já trocou de 'lar' por duas vezes – sem nunca voltar a desfrutar do conforto do bairro nobre da zona sul da cidade maravilhosa. Ficou preso até maio deste ano em uma cela de 16 metros quadrados no presídio Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na zona oeste. Depois, foi transferido para a cadeia reformada de Benfica, na zona norte, onde as camas contam com os colchões utilizados pelos atletas que se hospedaram no Parque Olímpico em 2016. Quase ganhou um home theater doado por uma igreja , mas o acessório foi vetado.

Uma terceira mudança do ex-governador quase veio a ocorrer no mês passado , quando o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio, determinou a transferência de Cabral para um presídio federal longe do estado por entender que ele recebia informações externas em sua cela em Benfica. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão ligado ao Ministério da Justiça, chegou a eleger o presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS) para receber o peemedebista.

A decisão foi endossada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi anulada por decisão monocrática do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

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"Festa" mira Cabral e atinge Adriana Ancelmo 

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Fernando Frazão/Agência Brasil - 10.5.17

Esposa de Cabral, Adriana Ancelmo cumpre prisão domiciliar no Leblon

Cabral é apontado como chefe de uma organização criminosa que desviou milhões dos cofres públicos do Rio mediante a acordos com empresas – em sua maioria, construtoras – e fraudes em contratações para obras no estado. Ele responde a um total de 14 ações penais na Justiça e já foi condenado três vezes desde sua prisão: uma pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba, e duas pelo juiz Bretas. As penas, somadas, já ultrapassam o período de 72 anos de prisão. 

E o primeiro ano sem Cabral nas ruas não passou despercebido na capital fluminense. Na manhã desta sexta-feira, algumas dezenas de pessoas foram para a frente do presídio de Benfica para celebrar a prisão do ex-governador. Com direito a bolo e batuques.

As comemorações devem se estender ainda pelo fim de semana, já que um grupo de cariocas também organizou pelas redes sociais evento para comemorar a data em frente ao citado prédio onde o ex-governador morava, no Leblon.

No Facebook, a celebração marcada para ocorrer a partir das 10h de domingo (19) já conta com a confirmação de presença de quase 2.000 pessoas e promete uma "passeata em ritmo de festa". 

"Estão todos convidados para a passeata em ritmo de festa na porta do prédio do prisioneiro Sérgio Cabral, no Leblon. Para a felicidade da nação, completa 1 ano atrás das grades", diz a descrição do evento na rede social.

A celebração tem ainda como alvo a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, que cumpre prisão domiciliar no imóvel após conseguir reverter sua prisão preventiva em março deste ano alegando que seus filhos com Cabral (um com 11 e outro com 14 anos de idade) não deveriam ficar privados da convivência com os pais.

Adriana é ré ao lado do marido em ao menos setes processos ligados à Lava Jato. Em um deles, ela foi absolvida pelo juiz Sérgio Moro por considerar que não havia provas suficientes. Já em outro, o juiz Marcelo Bretas impôs condenação por crimes de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. A pena foi de 18 anos e 3 meses de cadeia.

Além das condenações na Justiça, Cabral e Adriana sofreram duras perdas patrimoniais desde a deflagração da Operação Calicute. Uma única decisão judicial, proferida em junho, determinou o bloqueio de R$ 3,1 bilhões do ex-governador.

O casal também já teve imóveis, carros, joias, relógios , e até mesmo uma lancha e um jet boat apreendidos. Entre as poucas boas notícias que Sérgio Cabral e sua esposa receberam desde o último dia 17 de novembro, aliás, uma delas diz respeito justamente aos bens apreendidos na Lava Jato: a Justiça suspendeu o leilão antecipado dos bens do casal , incluindo aí uma mansão de veraneio avaliada em R$ 8 milhões em Mangaratiba. Mas, ainda assim, o caráter consolativo dessa pequena vitória do ex-governador é bem limitado uma vez que a decisão que suspendeu o leilão é provisória.

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Veja imagens da mansão de Sérgio Cabral em Mangaratiba:


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