O presidente Michel Temer nomeou o delegado Fernando Segóvia para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF). Segóvia vai substituir o atual diretor-geral, Leandro Daiello, após quase sete anos no cargo. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (8), através de uma nota emitida pelo Ministério da Justiça.
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O anúncio foi feito por meio de nota do Ministério da Justiça na tarde de hoje (8), após Segóvia e o ministro da Justiça, Torquato Jardim, terem sido recebidos por Temer . A mudança do diretor do órgão é algo que gerava preocupação, devido ao medo de afetar o rumo das investigações da Lava-Jato. Esse, inclusive, foi o motivo de Daiello ter ficado tanto tempo no cargo.
Formado em direito pela Universidade de Brasília, Segóvia está há 22 anos na PF. Foi superintendente regional da PF no Maranhão e adido policial na África do Sul. Em boa parte de sua carreira, exerceu funções de inteligência nas fronteiras do Brasil.
Por causa da sua estada no Maranhão, seu nome é associação à influência do ex-presidente José Sarney . Segóvia também fez visitas a gabinetes de deputados e ministros em Brasília nas últimas semanas em busca de apoio da classe política.
De acordo com informações de vários veículos de impresa, a escolha de Temer é contrária a preferência de Leandro Daiello e a do próprio ministro da Justiça, Torquato Jardim, devido a sua ligação com Sarney. O preferido dos dois seria o vice-diretor geral da PF, Rogério Galloro, cotado para o cargo e o preferido de Daiello para substituí-lo.
José Sarney nega a influência na escolha e diz que o fato de Segóvia ter ocupado a superintendência da PF do Maranhão, nao quer dizer que os dois foram próximo, pois isso ocorreu durante o governo de Jackson Lago (falecido em 2011).
Além disso, segundo os jornais Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, o nome de Segóvia foi indicado ao presidente Michel Temer pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que é investigado na Operação Lava Jato.
O chefe da Casa Civil teria feito um grande apelo ao presidente após a PF ter encontrado os cerca de R$ 51 milhões em um apartamento de Salvador , atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
Eliseu Padilha também nega ter exercido influência na escolha.
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Segóvia tem o apoio de cinco entidades que representam integrantes da PF: a Fenadepol (Federação Nacional de Delegados de Polícia Federal), e de organizações que representam agentes, papiloscopistas e peritos criminais.
Mas a Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF) não reconhece a legitimidade da lista tríplice que levou ao nome de Segóvia, feito pelas outras entidades. A ADPF e Fenadepol são entidades concorrentes e com agendas opostas.
Compunham a lista tríplice da qual Temer fez sua escolha, Rogério Galloro e Luiz Pontel de Souza (diretor de gestão de pessoal da PF), além de Segóvia. A posse dele está prevista para o dia 20 de novembro.
Leandro Daiello estava no cargo desde 2011, nomeado na gestão do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e já havia manifestado interesse em deixar o cargo. Na nota, o ministro da Justiça faz um agradecimento pessoal e institucional a Daiello por sua “competente e admirável administração da Polícia Federal nos últimos seis anos e dez meses”.
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*com informações da Agência Brasil