Os agentes da Polícia Federal responsáveis por investigar a origem dos R$ 51 milhões apreendidos em apartamento usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima encontraram o logotipo da construtora OAS estampado em maços de dinheiro e no couro de uma das malas que guardavam a fortuna. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (28) pelo jornal Folha de S.Paulo .
A relação entre o ex-articulador político do governo Michel Temer e a empreiteira é investigada há tempos. No início do ano, a Polícia Federal identificou intensa troca de mensagens entre Geddel Vieira Lima e o ex-presidente da construtora Léo Pinheiro – que hoje tenta fechar acordo de colaboração com a Justiça.
As conversas revelam que o ex-ministro pediu recursos da empreiteira para financiar campanhas do PMDB em 2014. A empresa, segundo relatório da Polícia Federal, via em Geddel um caminho para "ajudar na relação da OAS com órgãos e bancos (Caixa, por exemplo)" – Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco estatal.
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Participação de deputado
De acordo com a Folha , há menção ao deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, nas conversas entre o ex-ministro e o empreiteiro.
O parlamentar é suspeito de ter envolvimento com o armazenamento dos R$ 51 milhões de Geddel, que foram encontrados em apartamento do empresário Silvio Silveira em Salvador, na Bahia.
As suspeitas surgiram após os policiais federais encontrarem, no meio das malas e caixas usadas para armaezar o dinheiro de Geddel, uma fatura que pertencia a uma funcionária do deputado Lúcio Vieira.
Por conta da apreensão, Geddel foi preso preventivamente no início deste mês junto a um aliado, o advogado Gustavo Pedreira do Couto Ferraz.
A apreensão dos R$ 51 milhões, que representam o maior valor de dinheiro em espécie já apreendido no Brasil, foi autorizada no âmbito das investigações da Operação Cui Bono, que apura se Geddel Vieira Lima atuou em esquema de fraude em empréstimos liberados por fundos controlados pela Caixa Econômica Federal. O ex-articulador político do governo Michel Temer é suspeito de ter participado do esquema enquanto exerceu a função de vice-presidente do banco.
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