O operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro acusou o presidente Michel Temer de ter recebido propina de R$ 20 milhões, paga em horas de voo na campanha eleitoral de 2014, de um dos fundadores da Gol Linhas Aéreas em troca de apoio ao projeto de abertura do setor aéreo ao capital estrangeiros. De acordo com Funaro, a suposta propina teria sido paga em horas de voo na campanha eleitoral de 2014. As informações são do jornal O Globo .
Leia também: Após decreto de Fachin, Joesley e Saud decidem se entregar à Polícia Federal
Durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, a Câmara dos Deputados aprovou uma medida provisória que permite 100% do controle acionário de empresas aéreas do País pelo capital estrangeiro. Desse modo, como se trata de um fato que aconteceu já durante o mandato na presidência, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderá incluir tais acusações na denúncia que está preparando contra Michel Temer
. O presidente e o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures são investigados por obstrução de Justiça e organização criminosa.
Leia também: Fachin envia denúncia contra Lula, Dilma e Mercadante para a primeira instância
Ainda segundo o jornal, a acusação contra o presidente teria sido feita pelo operador financeiro em um depoimento de delação premiada, que foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte.
Temer
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot , pode ter em Funaro seu último trunfo para uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). Em seu acordo de delação, o empresário Joesley Batista indicou que teria atuado para comprar o silêncio de Funaro, assim como o teria feito com Cunha, com o aval do peemedebista.
Leia também: Temer oferece almoço 'de confraternização' após semana de prisão e denúncias
O lobista é citado também em episódio que envolve o peemedebista e suposta doação ilegal de R$ 4 milhões feita pela Odebrecht, em 2014. O ex-assessor pessoal do presidente José Yunes confirmou em fevereiro deste ano que aceitou receber em seu escritório um pacote com documentos (cujo teor ele disse desconhecer) a pedido de Eliseu Padilha naquele ano. O pacote posteriormente teria sido retirado por Funaro.
Segundo o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, delator da Lava Jato, o pacote de para Lúcio Funaro, que aguarda a homologação de sua delação premiada, continha os R$ 4 milhões referentes à doação via caixa dois que havia sido combinada em reunião no Palácio do Jaburu entre ele próprio, Marcelo Odebrecht, Michel Temer e o ministro Padilha. A Presidência da República confirma que a reunião aconteceu, mas nega que serviu para negociação de doações irregulares.