O presidente Michel Temer afirmou na quinta-feira (31), em Pequim, na China, que recebeu “com naturalidade” a rejeição pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de suspeição do procurador-geral da República Rodrigo Janot – pedido feito pela sua defesa – para atuar em investigação relacionada ao presidente que está em tramitação na Corte.
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Michel Temer
está em viagem na China e falou com os jornalistas após reunião com grandes empresários. Segundo ele, sua defesa entrou com o pedido de suspeição, porque “no plano jurídico, quando alguém começa a agir suspeitamente, você tem que arguir a suspeição”. Mas, completou: “quem decide é o Judiciário, se há ou não suspeição. O que não se pode é manter o silêncio. Foi o que meu advogado fez”.
Apesar da decisão do ministro do STF , Temer disse que seu advogado está estudando a possibilidade de entrar com um recurso para o plenário. Mas, pontuou, que essa é uma questão que foi apenas uma proposta, que ainda não é certa.
No início do mês de agosto, o advogado Antonio Mariz, que representa o presidente da República, acusou o procurador-geral de ser parcial em suas investigações. “Se ao contrário, assumir de pronto que o suspeito é culpado, sem uma convicção da sua responsabilidade, vai atuar no curso das investigações e do processo com o objetivo de obter elementos que confirmem o seu posicionamento prematuro”, defendeu.
Funaro e Gilmar
Também nesta quinta-feira, Fachin decidiu devolver o pedido de homologação da delação premiada do empresário Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República (PGR). Sobre isso, o presidente disse que “deve haver um equívoco na delação” e que, por isso, o ministro teria feito um pedido de esclarecimento. “Suponho até que o procurador deverá esclarecer e vai devolver. Essa coisa está no Judiciário, não é mais comigo”, afirmou.
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A delação de Funaro está em segredo de Justiça, por isso os detalhes não foram divulgados à imprensa. Na terça-feira (29), Fachin havia pedido à Corte que fossem realizados ajustes no acordo.
Já sobre a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes de pedir que a Advocacia-Geral da União (AGU) de se manifestar sobre o pedido do Psol para que a Corte anulasse o decreto presidencial envolvendo a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), no Pará e no Amapá, Temer disse que a Presidência irá se manifestar ainda.
Viagem
Michel Temer desembarcou na manhã desta quinta-feira em Pequim onde terá reuniões com o presidente do país, Xi Jinping, e investidores chineses, antes de participar da 9ª cúpula do Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), entre 3 e 5 de setembro na cidade chinesa de Xiamen.
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*Com informações da Agência Brasil