O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu nesta sexta-feira (4) a decisão da Câmara dos Deputados de arquivar o inquérito contra o presidente Michel Temer . Com isso, a Corte deixa de analisar a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A formalidade é necessária para que o STF decida como ficará a tramitação das acusações contra Michel Temer e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que também foi denunciado. O caso será remetido ao ministro Edson Fachin, relator da denúncia, a quem caberá a decisão sobre o caso.
Uma das possibilidades é que a tramitação da acusação contra o presidente fique suspensa até o fim do ano que vem, quando Temer deixará o mandato e poderá voltar a ser investigado na primeira instância da Justiça.
Já no caso de Loures, que não tem foro privilegiado, a decisão deve confirmar se o ex-parlamentar continuará sendo alvo de inquérito no Supremo ou se as investigações seguirão para a primeira instância. Caberá à PGR fazer os pedidos formais ao ministro.
A autorização prévia da Câmara para processar o presidente da República está prevista no Artigo 86 da Constituição: “Admitida a acusação contra o presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade”.
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Denúncia
No mês passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente Temer ao Supremo pelo crime de corrupção passiva. A acusação está baseada nas investigações iniciadas a partir do acordo de delação premiada da JBS. O áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa, com o presidente, em março, no Palácio do Jaburu, também é uma das provas usadas no processo.
Rocha Loures também foi denunciado pelo procurador pelo mesmo crime. Loures foi preso no dia 3 de junho por determinação do ministro Edson Fachin. Em abril, ele foi flagrado recebendo uma mala contendo R$ 500 mil, que teria sido enviada pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS.
Durante a investigação, a defesa de Temer questionou a legalidade das gravações e os benefícios concedidos ao empresário Joesley Batista pela PGR na assinatura do acordo de delação premiada.
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Votação
Na última quarta-feira (2), o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), favorável à rejeição da denúncia, foi aprovado por 263 deputados da Câmara. Duzentos e vinte e sete deputados votaram contra o parecer. Para a denúncia contra Michel Temer seguir ao STF, o relatório deveria ter sido rejeitado por 342 deputados.
* Com informaçoes da Agência Brasil