O presidente Michel Temer deve fazer um pronunciamento amanhã caso se confirme nesta quarta-feira (2) a rejeição da denúncia apresentada contra ele no plenário da Câmara dos Deputados
. A informação é da jornalista Vera Magalhães, colunista do Estadão
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Segundo a jornalista, o texto do pronunciamento de Michel Temer está nas mãos do marqueteiro Elsinho Mouco e já está em fase de finalização. O presidente deverá focar na "tranquilidade" para seguir adiante, sem a pretensão de exaltar a própria força política demonstrada para barrar a denúncia da Procuradoria-Geral da República.
Já nesta quarta-feira, o presidente publicou artigo no jornal Folha de S.Paulo
pregando mensagem semelhante à imaginada por Mouco para seu pronunciamento pós-vitória na Câmara.
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"Apoio do povo brasileiro"
O peemedebista colocou a reforma da Previdência Social como a principal prioridade do governo para o restante do ano. "Temos longa tarefa pela frente. Entre elas a de pacificar o País, um dos motes de nosso discurso de posse. Chegaremos lá. Com o apoio do Congresso e do povo brasileiro", escreveu o presidente.
Embora o citado apoio do Congresso já tenha se manifestado na votação de hoje, Temer não aparenta estar de fato tão confiante em relação à parte que concerne ao "povo brasileiro". A equipe do presidente, por exemplo, ainda não decidiu qual será o meio de divulgação do pronunciamento pois há o temor de que ocorram protestos em caso de veiculação pela rede nacional de TV e rádio.
A falta de apoio popular a Temer também foi explicitada nos últimos dias em pesquisas divulgadas pelo Ibope Inteligência. Os levantamentos apontaram que oito em cada dez brasileiros apoiavam a aceitação da denúncia contra o presidente. Outra pesquisa revelou que o governo do peemedebista é desaprovado por 70% da população , enquanto agrada a apenas 5% dos brasileiros.
Para não se tornar réu em processo no Supremo Tribunal Federal (STF), Temer exonerou dez ministros para que eles retomassem seus mandatos na Câmara e o apoiassem. O presidente também liberou cerca de R$ 2,1 bilhões em verbas para emendas parlamentares às vésperas da votação. O valor é superior ao total empenhado em emendas em todo o primeiro semestre do ano (R$ 2 bilhões).