O presidente Michel Temer (PMDB) visitou na noite dessa quinta-feira (18) o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), após um dia marcado por situações de mal-estar entre os dois . A reunião na residência oficial da presidência da Câmara contou ainda com a presença de parlamentares da base aliada e ministros, entre eles o chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB), que chamou o encontro de "reunião entre amigos".
Horas antes de ser recebido com filé, frango, purê e vinho argentino por Rodrigo Maia, o presidente Michel Temer
havia visitado a líder do PSB na Câmara, deputada Thereza Cristina (MS), para tentar evitar que uma ala rebelde da legenda decida se filiar ao Democratas
– partido de Maia. Fortalecido, o presidente da Câmara representa ameaça a Temer, uma vez que ele assumirá a Presidência da República caso o peemedebista seja afastado do cargo por conta da denúncia por corrupção passiva em tramitação na Câmara.
Apesar do entrave nos bastidores, o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), negou que a relação entre Temer e Maia esteja abalada.
“O que existe é muito ruído, num momento como esse, que se tenta jogar as pessoas umas contra as outras. Mas a maturidade dos dois não permite que esse desencontro comprometa a relação”, afirmou o parlamentar, que também participou do jantar encerrado por volta das 23h.
O ministro Antonio Imbassahy afirmou após o encontro que o jantar "foi ótimo" e teve como assunto temas de interesse do governo. “Discutimos a Reforma da Previdência, [porque] precisamos fazer uma avaliação [sobre a reforma]; a questão da sistematização e simplificação do sistema tributário; os sistemas de previdência e saúde. Foi uma reunião muito proveitosa.”
Além da disputa pelo apoio do PSB , o dia de Maia e Temer também teve desconforto decorrente de uma cobrança pública do democrata direcionada ao governo federal. O presidente da Câmara fez um apelo, via redes sociais, para a assinatura de um acordo de recuperação fiscal com o Rio de Janeiro, que atrevassa crise financeira. "Perdemos completamente o controle da segurança pública", escreveu Maia.
Imbassahy reconheceu que as questões orçamentárias que envolvem o governo têm causado "problemas para a prestação de serviço".
“Tivemos uma reunião hoje [quinta] no Palácio do Planalto e [foi informado que] o rombo da Previdência previsto para o ano que vem é de R$ 200 bilhões. Isso está constrangendo o orçamento, dificultando investimentos e até trazendo problemas para a prestação de serviço. Então, esse assunto tem que ser encarado com muita realidade”, afirmou.
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PMDB x DEM?
Com o Congresso Nacional em recesso, as disputas internas no PSB movimentaram o noticiário político nesse início de semana. Os deputados que desejam deixar o partido estão sendo procurados por outros, entre eles o PMDB, de Temer, e o DEM, de Rodrigo Maia .
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), em sua conta no Twitter, negou nessa quinta-feira que exista uma crise entre os dois partidos. “O PMDB não está atuando para barrar nenhuma filiação ao DEM, até porque o DEM é aliado de primeira hora. Desminto a tentativa de intriga”, disse. “Aproveito a oportunidade para esclarecer que o presidente Michel Temer não trata de filiações partidárias. A hora é de união e trabalho."
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*Com informações e reportagem da Agência Brasil