Ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha está preso desde o ano passado por envolvimento na Lava Jato
Luis Macedo/Câmara dos Deputados - 14.07.2016
Ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha está preso desde o ano passado por envolvimento na Lava Jato

Em decisão de segunda instância, a Justiça Federal em Brasília decidiu nesta terça-feira (18) pela manutenção da prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido de liberdade ao ex-presidente da Câmara foi julgado pela Terceira Turma do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da Primeira Região), cuja sede fica localizada em Brasília.

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Eduardo Cunha está preso desde o fim do ano passado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba em razão das investigações dos procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato. O caso julgado nesta terça-feira envolveu outro mandado de prisão contra o ex-deputado, emitido pelo juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília.

No processo criminal que tramita em Brasília, o peemedebista é acusado de receber propina em troca de influência a favor de empresas que buscavam liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), vinculado à Caixa Econômica Federal .

Durante o julgamento, a defesa do ex-presidente da Câmara alegou que não há motivos para que o ex-deputado continue preso. De acordo com os advogados, não há provas que liguem Cunha aos desvios na Caixa.

Michel Temer

Nesta semana, o presidente Michel Temer respondeu às perguntas feitas por Cunha na ação referente à liberação dos recursos do FI-FGTS. Temer foi cauteloso nas respostas e evitou dar detalhes sobre sua atuação política.

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Questionado sobre a realização de reuniões sobre liberação de recursos do FI-FGTS com o ministro Moreira Franco quando este ocupava a vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa, Temer afirmou que recebeu “muitos empresários, acompanhados de diversos agentes políticos”. Entretanto, disse não se lembrar dos nomes de todos eles.

O presidente admitiu que participou de reuniões com o empresário Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, para tratar de doação de campanha para as eleições de 2010, 2012 e 2014, mas novamente negou que as doações estivessem vinculadas à liberação das verbas do FI-FGTS.

Outra negativa do presidente foi a respeito do Rio de Janeiro. Temer afirmou não ter conhecimento de eventual interferência do então prefeito Eduardo Paes (PMDB) para obter a aceleração das obras do projeto Porto Maravilha para as Olimpíadas de 2016. Temer também negou saber de vantagens indevidas para suas campanhas eleitorais por parte de empresas como OAS, Carioca Engenharia e Odebrecht.

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Por fim, Temer foi questionado se teria conhecimento da participação de Eduardo Cunha em algum fato vinculado à denúncia sobre a cobrança de vantagens indevidas para a liberação de financiamentos do FGTS, mas novamente negou a informação.


* Com informações da Agência Brasil

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