Empresário Eike Batista teria pedido ajuda de Funaro e de Eduardo Cunha para conseguir aporte do FI-FGTS
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 19.8.2010
Empresário Eike Batista teria pedido ajuda de Funaro e de Eduardo Cunha para conseguir aporte do FI-FGTS

O empresário Eike Batista  presta depoimento nesta segunda-feira (17) no âmbito da ação penal que apura irregularidades em empréstimos feitos por meio de fundos de investimento controlados pela Caixa Econômica Federal. O empresário é testemunha de defesa do lobista Lúcio Funaro, apontado como operador de propinas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) no esquema.

Eike será interrogado, por videoconferência, a partir das 14h30 pelo Juízo da 10ª Vara Federal de Brasília. Além do empresário, também serão ouvidos hoje outras cinco testemunhas – sendo três indicadas pela defesa de Eduardo Cunha e duas, pela defesa de Funaro.

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela ação penal decorrente das investigações da Operação Sépsis, deve questionar Eike Batista a respeito de informações prestadas pelo empresário Alexandre Margotto em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Margotto disse aos investigadores que Eike recorreu a Funaro para conseguir aportes financeiros  do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) em sua empresa LLX. Eike então teria concordado em pagar cerca de R$ 1,5 milhão ao lobista e a Cunha (que deu anuência ao acordo) em troca da influência da dupla. O FI-FGTS investiu R$ 750 milhões na empresa de Eike Batista em 2012 para as obras de Porto de Açu, no Rio de Janeiro.

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Investigações

Além de Funaro e do ex-presidente da Câmara dos Deputados, também são réus nessa ação penal o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB), o próprio Alexandre Margotto e o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto. O ex-ministro Geddel Vieira Lima também é alvo de investigação por suposto envolvimento no esquema, mas ele não responde como réu.

Eduardo Cunha responde na ação penal pelos crimes de corrupção ativa passiva, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional. Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, o peemedebista teria cobrado propina de empresas, entre 2011 e 2015 para liberar investimentos feitos com recursos do FI-FGTS.

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