O advogado do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), Alberto Toron, divulgou neste sábado (27) uma nota para afirmar que os documentos apreendidos pela Polícia Federal na residência do tucano não são "comprometedores". Segundo o advogado, Aécio não tem conhecimento sobre a folha de papel com a inscrição "cx 2" e "aguarda o mais rapidamente possível ter acesso a esse 'papel' para demonstrar que não se refere a qualquer irregularidade".

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Publicada na página de Aécio Neves  no Facebook, a nota afirma que um aparelho de bloqueio de celulares voltado para evitar a gravação de conversas telefônicas foi oferecido ao tucano durante a campanha presidencial de 2014, mas que nunca foi utilizado. Em relatório feito após uma busca no gabinete do senador, a PF também afirmou ter encontrado "folhas impressas no idioma aparentemente alemão, relativos a Norbert Muller".

Defesa de Aécio Neves afirmou que campanhas em que o senador afastado participou ocorreram de acordo com a lei
Geraldo Magela/Agência Senado
Defesa de Aécio Neves afirmou que campanhas em que o senador afastado participou ocorreram de acordo com a lei

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Muller e a esposa, Christine Puchmann são doleiros, especializados em abrir contas no exterior para políticos e já foram investigados na Operação Norbert . Os dois seriam responsáveis por manter contas em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa. A mãe de Aécio, Inês Maria Neves Faria, foi citada nas investigações, que foram arquivadas. Na nota, porém o advogado afirmou que a impressão "trata-se de documento público, cuja cópia foi solicitada pela defesa do senador, após citações na imprensa".

O documento seria utilizado para "demonstrar que a referência feita à mãe do senador havia sido arquivada por não conter irregularidades". Em busca na residência de Aécio, a PF encontrou um quadro do pintor Portinari. O advogado afirma que "trata-se de pintura feita especialmente para o presidente Tancredo Neves em 1961" e que "o quadro consta de todas as principais publicações sobre o autor com referências ao seu proprietário".

"Todas as campanhas das quais participou o senador ocorreram em absoluto respeito à legislação vigente", diz a defesa. "Por isso, repudiamos com veemência ilações apressadas que vêm sendo feitas sobre os citados documentos e aguardamos acesso a eles para que todos os esclarecimentos sejam feitos e eventuais dúvidas sanadas".

A apreensão

No último dia 18, atendendo a mandados expedidos pelo ministro Edson Fachin , relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a PF realizou operações de busca e apreensão na em imóveis de Aécio Neves em Brasília, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Entre as informações presentes no relatório enviado ao STF, está a apreensão de "diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição 'cx 2'".

A lista completa inclui celulares, bloqueador telefônico, pen drive, obras de arte, documentos e anotações sobre a Construtora Norberto Odebrecht e Joesley Batista. No gabinete do tucano, os policiais encontraram "planilhas com indicações para cargos federais", cópias de uma agenda de 2016 com nomes do empresário Joesley Batista, dono da JBS, e da jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio, além de uma "folha manuscrita contendo dados do CNO (Construtura Norberto Odebrecht)".

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Em outra nota divulgada na sexta-feira (27), a defesa de Aécio Neves negou quaisquer desvios e argumentou que "uma eventual referência a 'cx 2'não significa qualquer indício de ilegalidade". No comunicado, o advogado afirmou que "Aécio reitera que em toda sua vida pública, nas campanhas de que participou, agiu de acordo com o que determina a lei".

Confira a nota do advogado de Aécio na íntegra:


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