
Na última quarta-feira (22), Renato e Aline Openkoski, pais do menino Jonatas, que vivia com Atrofia Muscular Espinhal (AME), foram detidos em Joinville, no norte de Santa Catarina. O casal estava foragido, sendo acusado de estelionato e apropriação de bens após usarem parte do dinheiro arrecadado para o tratamento do filho para outros fins.
A família arrecadou cerca de R$ 3 milhões em quatro anos, que deveriam ser convertidos para os cuidados de Jonatas, mas foram destinados para a compra de carros de luxo, academia, skate e roupas. O garoto morreu em janeiro de 2021, aos 5 anos.
A morte do filho foi divulgada pela família, quando escreveram: "Nosso pequeno grande guerreiro acordou bem, sorriu, tomou seu leitinho e voltou a dormir. Dormiu o sono eterno ocasionado por uma parada cardíaca".
Início das investigações
A Polícia Civil de Joinville começou a investigar a campanha AME Jonatas em janeiro de 2018, após suspeitas de apropriação indébita. O pedido foi do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que suspeitava de que o dinheiro recebido pelos pais estavam sendo usados para a aquisição de bens de luxo.
No mesmo mês, a Justiça ordenou que fossem bloqueados os valores arrecadados pela campanha, que já somavam cerca de R$ 3 milhões, além de um veículo de R$ 140 mil — automóvel esse que estava no nome dos pais.
Na ocasião, a Polícia Civil cumpriu o mandado de busca e apreensão, sendo localizado diversos produtos e roupas de marcas famosas, além de um veículo de luxo.
Em 2018, os pais foram indiciados pela Polícia Civil por estelionato e apropriação indébita.
Decisão da Justiça
Em outubro de 2022, os pais foram condenados em primeiro grau por estelionato e apropriação de bens. Em março de 2024, no entanto, finalizou o período em que o casal tinha para recorrer da decisão.
Segundo o delegado Rodrigo Maciel, a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) foi acionada para realizar a prisão do casal. Entretanto, desde então, Aline e Renato estavam foragidos.
Os agentes afirmam que realizaram trabalhos de inteligência e a campo, além de campanas, descobrindo que o casal havia fugido de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, onde morava. Eles foram encontrados escondidos em um imóvel no Morro do Meio, em Joinville, na última quarta-feira (22).
Segundo o advogado de defesa, Emanuel Stopassola, eles "serão defendidos o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e todos os meios de prova e recursos inerentes".