Renato Pai do AME Jonatas
Divulga Cand/TSE
Renato Pai do AME Jonatas

Renato Openkoski, conhecido como "Renato Pai do AME Jonatas", entrou na corrida eleitoral em 2022 como candidato a deputado estadual por Santa Catarina. No entanto, sua tentativa na política naufragou após acusações de desvio de dorações destinados ao tratamento de seu filho,  Jonatas, que sofria de AME (Artrofia Muscular Espinhal).

Sua campanha não obteve sucesso, recebendo apenas 183 votos. Menos de três semanas após o primeiro turno das eleições, Renato e sua esposa foram condenados por apropriação indébita e crimes contra o patrimônio.

Em Joinville, onde residiam, Renato angariou apenas 61 votos, ficando apenas como suplente. Os recursos financeiros para sua campanha, no valor de R$ 24.487,49, foram provenientes do fundo especial de financiamento de campanha, recurso público destinado às candidaturas.

Apenas uma pequena parcela desses recursos, R$ 3 mil, foi utilizada para impulsionar conteúdos em mídias sociais. O restante, aproximadamente R$ 14.369, foi gasto em despesas relacionadas à campanha.

Pouco tempo depois de perder as eleições, ele foi preso, junto com sua esposa, por estelionato e apropriação. Renato foi condenado a uma pena de 38 anos, dois meses e 10 dias de reclusão, além de multa. Aline, sua esposa, recebeu uma pena ainda mais severa, sendo condenada a 22 anos, sete meses e 10 dias de reclusão, também com multa.

O caso

Um caso de Joinville (SC), de 2017, voltou às manchetes nesta quarta-feira (22) com a prisão de Renato e Aline Openkoski, casal responsável pela arrecadação e apropriação de mais de R$ 3 milhões arrecadados em uma campanha para tratar a doença do filho, Jonatas, que sofria de  Atrofia Muscular Espinhal (AME). Os pais foram condenados em 2022 por estelionato e apropriação de bens, crimes relacionados ao desvio dos fundos da campanha. Eles estavam foragidos.

A campanha "AME Jonatas" foi lançada em 2017 com o intuito de ajudar no tratamento do filho do casal. Jonatas, diagnosticado com a doença degenerativa, acabou falecendo em 2022. Porém, as investigações revelaram que os recursos arrecadados não foram destinados ao tratamento, como alegado pelos pais, mas sim desviados para uso pessoal, incluindo gastos luxuosos.

Os valores arrecadados na campanha foram bloqueados pela Justiça.  Além disso, um veículo de R$ 140 mil que estava em nome dos pais da criança foi apreendido. 

As doações seriam usadas para ajudar no tratamento da criança, anunciavam os pais. Eles comprariam um remédio chamado Spinraza, fabricado nos Estados Unidos. Cada dose custa R$ 367 mil.

A Polícia Civil de Santa Catarina, após meses de investigação, cumpriu os mandados de prisão do casal, que estava foragido. Renato e Aline foram condenados a penas que somam 70 anos de prisão em regime fechado. Ao todo, mais de 20 pessoas foram ouvidas.

Vida de luxo

O caso começou a ser investigado após denúncias sobre a mudança no padrão de vida do casal, incluindo postagens em redes sociais de uma viagem luxuosa à ilha de Fernando de Noronha, durante o Réveillon de 2017. Isso levou o Ministério Público de Santa Catarina a intervir, resultando no bloqueio dos bens e nas condenações.

O advogado Emanuel Stopassola, que representa o casal, afirmou ao UOL que serão utilizados todos os meios de defesa durante o processo.


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