O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), informou nesta terça-feira (24), um dia após 35 ônibus terem sido atacados e queimados em protesto contra a morte de um miliciano, que metade dos detidos foram liberados.
"Das 12 pessoas que foram detidas ontem, seis tiveram a prisão confirmada. Temos indícios de autoria e materialidade. Outras seis, por falta de indícios foram soltas, mas, as investigações e o monitoramento dessas pessoas continuam", afirmou.
Segundo Castro, todas as forças policiais foram colocadas nas ruas do estado para garantir a segurança e a circulação da população. “Minha orientação é para toda a força do Rio de Janeiro na rua. Viaturas, carros blindados, helicópteros, drones, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar, Polícia Penitenciária também com nível máximo de cuidado e de alerta. Até estar totalmente estabilizado, assim vai ser a nossa postura para garantir que o cidadão tenha tranquilidade e o seu direito de ir e vir preservado”, disse durante entrevista coletiva nesta terça.
O governador afirmou que o fornecimento de energia e o transporte coletivo funcionam dentro da normalidade: "No meio da madrugada, fui comunicado que a energia já havia sido restabelecida em quase toda a totalidade. Só tínhamos questões pontuais ainda para o restabelecimento. Já falei ontem, falei de madrugada e agora de novo com o prefeito [do Rio de Janeiro] Eduardo Paes (PSD). Temos aí 80% da frota dos ônibus já funcionando e o trem na normalidade".
Ataque a ônibus no Rio de Janeiro
Ao menos 35 ônibus e 1 trem foram incendiados na tarde dessa segunda-feira (23), no Rio de Janeiro, causando o bloqueio da Avenida Brasil, principal via expressa da cidade. O ataque é responsável pelo maior número de coletivos incendiados da história, de acordo com o Rio Ônibus.
Dos ônibus queimados, 20 pertencem a operação municipal, cinco do BRT e o restante de frotas de turismo e fretamento. Os veículos foram queimados pela milícia, como forma de represália à morte de Matheus Rezende – conhecido como Teteu e Faustão –, de 24 anos, sobrinho do miliciano Zinho.
Ele foi morto em uma operação da Polícia Civil na comunidade de Três Pontes. Em setembro, Zinho e mais cinco suspeitos foram denunciados pela morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães, o Jerominho.
A operação policial que matou Matheus Rezende também feriu uma criança de 10 anos, que foi atingida de raspão, levada para a UPA de Paciência e liberada após atendimento médico.