Élcio de Queiroz confessou participação na morte da ex-vereadora Marielle Franco em 2018
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Élcio de Queiroz confessou participação na morte da ex-vereadora Marielle Franco em 2018

Élcio de Queiroz, ex-policial militar e réu no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, decidiu fazer uma delação premiada após suspeitar da veracidade das declarações de Ronnie Lessa , também réu no mesmo crime. Ambos estão detidos em Rondônia.

Lessa, apontado nas investigações como autor dos disparos, afirmou à polícia não tinha realizado nenhuma pesquisa prévia sobre Marielle. Élcio, teria discordado de tal afirmação. Esse seria o principal motivo da delação, conforme informou a Polícia Federal.

O delegado Jaime Cândido, da Polícia Federal do Rio de Janeiro, alegou durante coletiva de imprensa realiza hoje (24) que, "Élcio foi convencido a delatar porque Ronnie garantiu que não havia pesquisado sobre Marielle, o que gerou desconfiança em Élcio".

Na delação, Élcio confessou sua participação no crime, mas atribuiu o assassinato de Marielle a Ronnie Lessa, fornecendo outros detalhes sobre o atentado. Ele teria sido questionado várias vezes no inquérito policial se tinha conhecimento sobre a realização de alguma pesquisa prévia sobre a então vereadora pelo Rio de Janeiro, Marielle Franco. À epoca ele teria dito aos investigadores de que "não tinha certeza" da afirmação.

No depoimento, Élcio contou que ambos, ele e Ronnie Lessa, aguardaram a saída de Marielle Franco da "Casa das Pretas". Segundo ele, Ronnie Lessa até mesmo reconheceu e identificou a vereadora quando ele saiu do local.

A pesquisa para saber o local em que a vereadora se encontrava foi feita pelo Instagram. Apenas acessam o perfil oficial da própria vereadora, que havia divulgado a participação em um evento no dia da execução do crima, 14 de março de 2018.

Quando ela saiu, ele disse: 'É ela'. Ela conversou com alguém. Eu pensei que essa pessoa estava se despedindo dela, mas não, ela entrou no carro", contou Élcio.

Ele também mencionou que acreditava que a missão seria abortada, mas que Lessa o tranquilizou, assegurando que não a atacaria. No veículo estavam Marielle, o motorista Anderson e a assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu aos tiros.

Élcio relatou que Lessa sabia exatamente quem era Marielle, mas não tinha informações sobre o veículo utilizado ou se ela estava acompanhada de algum motorista. "Não, ele não sabia do veículo, não disse nada. Ele suspeitou porque um homem estava em pé na porta com um celular, então ele pensou que fosse aquele carro", detalhou Élcio.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) sobre o exame no corpo da vereadora, feito no dia 15 de março, um dia após o crime, revelou que Marielle Franco morreu com quatro tiros próximos na cabeça. A perícia constatou que os tiros entraram pela parte traseira do lado do carona, onde Marielle estava sentada. Outros três disparos acabaram atingindo o motorista. Anderson Pedro Gomes também foi baleado e morreu.

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