O médico Brad Sanmiguel e a paciente Maria Jandimar
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O médico Brad Sanmiguel e a paciente Maria Jandimar

O médico colombiano Brad Alberto Castrillon SanMiguel prestou depoimento, por seis horas, na noite desta segunda-feira, na 27ª DP (Vicente de Carvalho) e no fim do interrogatório teve seu passaporte apreendido pelo delegado Renato Carvalho.

O médico é investigado pela morte da diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, após um procedimento estético feito por ele e pouco depois foi encontrada morta num estacionamento do centro comercial onde foi feito o atendimento, na última sexta-feira (17). Acompanhado de um advogado, o SanMiguel alegou ter prestado socorro por 30 minutos ininterruptos à paciente e disse que isso teria acontecido do lado de fora da clínica.

Ele também teria apresentado nomes de testemunhas que presenciaram o fato e apontado, inclusive, que uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) teria estado no local. Responsável pela investigação do caso, o delegado vai examinar imagens de câmeras de segurança do centro comercial, em Vicente de Carvalho, onde era localizada a clínica de Brad Alberto, para checar se a versão apresentada pelo médico é verdadeira ou não.

Apesar de um laudo cadavérico preliminar não ter apontado a causa da morte da diarista, a polícia trabalha com uma estimativa de que o caso seja concluído entre sete a dez dias. Durante este período poderá ficar pronto o exame complementar (análise das vísceras da vítima), que deverá ajudar os peritos a determinar o que levou Maria Jandimar à morte.

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Nesta segunda-feira, outras três pessoas foram ouvidas pela polícia sobre o caso. Entre elas está a promoter Daiana França. Com sequelas , como dificuldades para andar e uma incisão ainda aberta, decorrentes de uma infecção generalizada, Daiana contou que tudo começou após se submeter a um procedimento com Brad no início do mês passado. Ela ficou 23 dias internada, 16 deles num CTI.

"Fiz o procedimento no dia 4 de novembro. Com certeza, poderia ter acontecido comigo o mesmo que aconteceu com a Maria, porque eu fui desenganada. A cada dia (que passava) não sabia se iria viver ou morrer. Tive infecção generalizada. No hospital (onde foi atendida), foi comentado que o material utilizado no procedimento estético não estava esterilizado de forma correta" , contou Daiana na porta da delegacia, nesta segunda-feira. "Espero que ele pague pelo que fez. A Maria não teve a mesma sorte que eu tive (de sobreviver). Ainda não estou recuperada, não estou cem por cento" , concluiu.

Wagner Vinicius Morais de Carvalho, de 33 anos, e Brenda Rodrigues, de 21, viúvo e filha de Maria Jandimar, também foram à 27ª DP nesta segunda-feira (20) prestar depoimento como testemunhas. Antes ser ouvido, Wagner frisou que sua família está em busca de justiça.

Na última sexta-feira, Brenda chegou a gravar o socorro à Maria sem saber que a paciente era sua mãe. Ela contou que o médico e a equipe da clínica esconderam que a paciente tinha saído passando mal depois do procedimento.

O corpo de Maria Jandimar Rodrigues foi enterrado neste domingo, no Cemitério de Inhaúma.

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