Empresa de Glaidson pede
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Empresa de Glaidson pede "calma, fé e esperança" aos clientes

A G.A.S. empresa de Glaidson Acácio dos Santos, o  "Faraó dos Bitcoins", publicou, na última segunda-feira (09), um vídeo na internet em formato de 'comunicado oficial', no qual pede "calma", "fé" e "esperança"aos clientes e diz que o 'momento ruim vai passar'. Nas imagens gravadas externamente, um casal de apresentadores bem vestidos, se dirige ao que chamam de "família G.A.S, amigos, clientes e consultores".

Eles leem a nota oficial, assinada pelo escritório de Advocacia Nélio Machado, que representa Glaidson e, ao final explicam que por conta das decisões e bloqueios judiciais não pode ser feito qualquer pagamento a clientes nem mesmo a devolução do capital, sob pena de desrespeito a decisão da Justiça, que estão tentando reverter por meio dos recursos previstos na legislação.

"Não podemos nos esquecer que a noite é mais escura antes do amanhecer, mas a ternura da luz da alvorada é mais alegre", dizem os apresentadores ao fim do vídeo, no qual também pedem orações e apoio, "porque em breve tudo isso se tornará apenas uma lembrança e lembraremos que vencemos mais um desafio, porque juntos somos mais fortes".

A assessoria de imprensa da empresa confirmou que o vídeo é oficial. O texto que acompanha as imagens explica que " a partir desta segunda (08\11), a G.A.S. Consultoria possui um canal oficial no YouTube para publicar os vídeos e comunicados exclusivos aos seus clientes". O objetivo da nota oficial em formato de vídeo, segundo o texto, é mantê-los informados sobre a atual situação judicial em que se encontra a empresa.

"Na qualidade de advogados constituídos pela G.A.S Consultoria e Tecnologia Ltda. e seu representante Glaidson Acácio dos Santos, para defesa no processo criminal que tramita na 3ª Vara criminal do Rio de Janeiro, o escritório Nélio Machado vem prestar aos seguintes esclarecimentos: como é do conhecimento de todos no dia 25 de agosto foi deflagrada uma operação policial para cumprimento de diversas medidas judiciais em desfavor da G. A. S. bem como contra pessoas físicas e jurídicas a elas relacionadas" diz o comunicado oficial lido pelos apresentadores.

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Em segunda, o texto faz o breve relato da situação do 'Faraó dos Bitcoins", suas empresas e pessoas relacionadas a ele. "Na ocasião, além do cumprimento do mandado de prisão preventiva contra Glaidson Acácio dos Santos, foram apreendidos diversos bens de propriedade da G.A.S. neles incluídos equipamentos de armazenamento de criptoativos e também realizados bloqueios nas contas bancárias da G.A S e diversas outras pessoas físicas e jurídicas até o montante de R$ 38 bilhões. Posteriormente, no dia 27 de setembro, o Ministério Público Federal apresentou acusação formal contra Glaidson e outras pessoas físicas, acompanhada de pedido de suspensão total das atividades da G.A.S e diversas outras pessoas jurídicas. O juízo da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, no dia 1º de outubro proferiu decisão de recebimento da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal determinando ainda a proibição expressa de continuidade das atividades da GAS e diversas outras empresas."

O texto cita o decreto suspendendo as atividades da G.A.S. Consultoria e Tecnologia Ltda. G.A.A. Assessoria e Consultoria Digital Eireli, MYD Zerpa Tecnologia Eireli, LLS Gestão de Tecnologia e Investimentos Eireli e FKN consultoria e Tecnologia LTDA.

"É fundamental esclarecer, portanto, que a G.A.S. está judicialmente proibida de realizar pagamentos, por qualquer forma, sob pena de descumprimento de decisão judicial. Isso significa que, mesmo que os recursos estivessem disponíveis, a G.A.S tampouco qualquer de seus consultores, não poderia realizar qualquer pagamento a clientes nem mesmo a devolução do capital em razão da proibição judicial", diz a nota.

O comunicado diz ainda que eventual descumprimento da decisão judicial "poderia em tese resultar em pedido de prisão preventiva de quaisquer pessoas físicas, que porventura tenham participado da iniciativa." "De modo que o desrespeito a decisão proferida pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro não é uma opção a ser considerada. Decisões judiciais se cumprem, e a forma de revertê-las é por meio dos recursos previstos na legislação. Não por meio da desobediência", diz o texto lido, acrescentando que, por essa razão a G.A.S. apresentou recursos contra a decisão que determinou o bloqueio de seus bens, ainda pendente de julgamento, "mas considerando que o tempo da Justiça é muito diferente do tempo da necessidade de seus clientes, também não está se furtando a realizar entendimento com as autoridades responsáveis pela investigação com o objetivo de solucionar o problema de maneira mais rápida."


A nota oficial finaliza dizendo que a prisão de Glaidson, "além de desnecessária torna bem mais difícil a tarefa de buscar solução consensual junto às autoridades, dadas as condições sabidamente precárias de comunicação que resulta da situação prisional" e que "assim que o acórdão proferido pela 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região for publicado levará ao Superior Tribunal de Justiça o pedido de liberdade de Glaidson Acácio dos Santos".

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