Moradores usaram as redes sociais para denunciar que, neste sábado, milicianos rivais trocaram tiros nas localidades conhecidas como Jesuítas e Manguariba, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Segundo os relatos, pelo menos 12 veículos ocupados por milicianos foram vistos circulando nas ruas com portas abertas e homens portando fuzis . A disputa envolveria homens do bando de Danilo Dias Lima, o Danilo Tandera, e Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho.
Este último estaria tentando recuperar o controle de negócios irregulares explorados pela milícia nas duas localidades. Ainda não há confirmação de mortos ou feridos.
A Polícia Militar informou que policiais militares do 27°BPM (Santa Cruz), dos batalhões subordinados ao 2° Comando de Policiamento de Área, e PMs das equipes de Rondas Especiais e de Controle de Multidões, estão atuando nas localidades com auxílio de helicópteros para tentar estabilizar a região. De acordo com investigações policiais, os dois grupos paramilitares disputam a exploração de negócios irregulares que, segundo estimativa da Polícia Civil, gera uma arrecadação mensal em torno de R$ 10 milhões.
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A maior parte deste dinheiro vem da cobrança de taxas impostas aos motoristas de vans. Só com o pagamento feito pelos profissionais do transporte alternativo, os milicianos arrecadam mensalmente uma quantia estimada em torno de R$ 2 milhões.
No último dia 16 de setembro, homens do grupo de Danilo Tandera atacaram áreas dominadas pela milícia rival em pontos dos Bairros de Santa Cruz, Paciência, Jardim Palmares e Campo Grande. Na ocasião, seis vans foram incendiadas pelo grupo invasor. O episódio deixou ainda seis assassinatos num espaço de seis dias.
A queima de vans teria sido uma tentativa de pressionar os motoristas do transporte alternativo a pagarem taxas para o grupo de Tandera. Os profissionais do volante que atuam na região são obrigados a pagar por cobranças irregulares feitas pelo bando de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho.
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Zinho e Tandera chegaram a fazer parte de uma mesma milícia, mas um desentendimento provocou um racha no fim de 2020. Os dois grupos disputam áreas na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio. Os dois milicianos estão com as prisões preventivas decretadas pelo Tribunal de Justiça do Rio e são considerados foragidos.