Caso Henry: saiba o que pode ocorrer após a 1ª audiência de Jairinho e Monique
Reprodução
Caso Henry: saiba o que pode ocorrer após a 1ª audiência de Jairinho e Monique

A primeira audiência de instrução do processo em que o médico e ex-vereador Jairo Santos Santos Júnior, o Doutor Jairinho, e sua ex-namorada, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva , são réus pelo homicídio de Henry Borel Medeiros, de 4 anos — enteado e filho do casal, respectivamente —, marca a entrada na reta final da fase inicial do julgamento. Na sessão desta quarta-feira, serão ouvidas 12 testemunhas de acusação. Na audiência seguinte, ainda sem data definida, será a vez das testemunhas de defesa. A previsão é que isso ocorra ainda esse ano.

Na sessão seguinte, que também não tem um prazo máximo para ser realizada, peritos que acompanharam o caso podem depor. Há, ainda, o interrogatório dos réus e as alegações finais da acusação e dos advogados de defesa. Por fim, a juíza Elizabeth Louro Machado, titular do II Tribunal do Júri, irá proferir uma decisão, o que pode acontecer ainda durante a última audiência de instrução ou dentro de um período de dez dias, por escrito.

A magistrada pode optar por quatro diferentes desfechos para o caso. A primeira delas é a chamada "pronúncia", o que encaminharia o processo para o Tribunal do Júri, submetendo Jairinho e Monique ao crivo de um Conselho de Sentença formado por sete jurados. Isso ocorre quando o juiz responsável pela primeira fase do julgamento se convence da materialidade do fato e de que há indícios suficientes de autoria ou participação dos réus no crime.

Leia Também

Caso não enxergue desse modo, Louro Machado pode decidir pela "impronúncia". Isso não quer dizer que os acusados são inocentes, mas apenas que, até aquele momento, o magistrado não considera o conjunto probatório robusto o bastante para prosseguir com o processo. Se surgirem novas provas, o caso pode, inclusive, ser reaberto posteriormente.

Leia Também

Outro caminho é o da "desclassificação", quando o magistrado entende que não houve um crime doloso contra a vida, única modalide que fica sob a guarda do Tribunal de Júri. Neste caso, o processo seria encaminhado para o órgão competente, que daria continuidade aos trabalhos.

Por fim, há a "absolvição sumária", em que o juiz avalia ter ficado comprovado que os réus não cometeram o crime ou a inexistência do fato, ou ainda a existência de causa de isenção de pena — se o acusado possuir, por exemplo, insanidade mental. Segundo o Código de Processo Penal, a absolvição por essa via, contudo, tem caráter excepcional, e só deve ser adotada quando o magistrado não possuir absolutamente nenhuma dúvida.


Se a juíza Elizabeth Louro Machado decidir pela pronúncia, a sessão seguinte já será palco do julgamento em si. Entre 25 jurados convocados, todos cidadãos comuns, serão escolhidos por sorteio os sete que formarão o Conselho de Sentença, após descartes pleiteados pela promotoria ou os advogados de defesa, com a mediação da magistrada. É esse grupo que, depois de novos depoimentos das testemunhas e interrogatórios, vai ter nas mãos o futuro de Jairinho e Monique.

Se os jurados decidirem pela condenação, a juíza elabora a sentença e estabelece a pena de cada um dos acusados. O ex-vereador e a mãe de Henry respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas. Tanto Jairinho quanto Monique podem pegar até 30 anos de prisão.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!