Mulher é agredida pelo marido no RJ
Reprodução/TV Globo
Mulher é agredida pelo marido no RJ



O motorista de aplicativo Vitor Batista de Oliveira, de 35 anos, teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva em audiência de custódia na tarde desta quinta-feira. Ele foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio , ameaça, sequestro e cárcere privado contra a mulher na última terça-feira. Vizinhos do casal registraram as agressões e o vídeo viralizou, chegando à DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Caxias, que fez o flagrante.

Segundo vizinhos, as agressões contra a mulher, que tem 32 anos e está grávida de três meses, eram constantes, assim como os pedidos de socorro feitos pela vítima. A vizinha que fez o registro que viralizou foi a auxiliar administrativo Maxine Martins, de 26 anos.


"Acontecia com frequência. A gente já gravou outras vezes, e compartilhava no grupo do condomínio para chamar a polícia. Ligava todo mundo ao mesmo tempo. Nesse dia, os vizinhos do outro bloco foram lá e tiraram ela de dentro de casa com o filho, e ele conseguiu fugir. Um vizinho deu o dinheiro para ela ir na delegacia, e a gente achou que ela não ia fazer a denúncia, mas ela disse que estava realmente saturada, que corria risco de perder o filho se ele continuasse fazendo isso e resolveu que ia, sim, denunciar."

Segundo a Polícia Militar, na terça-feira, agentes do 15 BPM (Duque de Caxias) foram acionados para o local, mas quando chegaram o homem já não estava mais no condomínio. O flagrante foi feito pela Polícia Civil, que viu o vídeo e conseguiu localizar a vítima a caminho da delegacia, e o agressor pela região. A delegada titular da DEAM de Caxias, Fernanda Fernandes, disse que no dia a vítima relatou que chegou a jogar um bilhete pela janela com pedido de socorro.

"Os vizinhos confirmaram que nessa última semana estavam ouvindo muitos gritos, muitas violências consecutivas. Pelo relato dela e de vizinhos, o filho dela de 4 anos também era agredido", diz a delegada.

A vizinha Maxine conta que a vítima chegou a falar que a ex-mulher de Vitor também teria sofrido agressões.

"Ela relatou para a gente que ele já fez isso com a outra mulher dele, e ela também nunca denunciou."

Segundo a delegada, Vitor não tem nenhum registro anterior na polícia.

Em certa ocasião, um vizinho teve que abrir a porta da casa da vítima com ferramentas porque o agressor a deixou trancada.

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"Ela já pulou do segundo andar. Teve um dia que ele puxou ela pelos cabelos e trancou dentro de casa. E quando ele saiu, ela abriu a janela e pediu ajuda. Um vizinho conseguiu abrir a porta com ferramentas. Ela estava com a perna inchada, quebrada", conta a vizinha Maxine.

No terceiro mês de gestação, a mulher viu as agressões se tornarem mais frequentes nos últimos dias.

"Mesmo com ela grávida, ele não parou. Batia muito na cabeça dela, puxava cabelo, batia no pescoço, pegava no braço. Ele fazia isso na frente do filho dela e da filha dele", afirma a vizinha.

O filho da vítima é uma criança de 4 anos, de um relacionamento anterior. Segundo Maxine, o agressor também tem uma filha de um relacionamento anterior com idade próxima.

Os vizinhos foram chamados para testemunhar, e o vídeo encorajou a vítima a denunciar o agressor pela primeira vez.

"Ela nunca tinha registrado nada. Ela registrou porque os vizinhos filmaram", diz a delegada Fernanda Fernandes.

Segundo ela, a vítima foi encaminhada para atendimento psicológico e assistência jurídica no CEAM (Centro Especializado de Atendimento à Mulher) de Caxias.

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