Um policial da 12ª DP (Copacabana) prendeu em flagrante, na manhã de segunda-feira, dois homens que tentavam lhe aplicar o chamado “golpe da maquininha” , digitando nas máquinas de cartão de crédito e débito valores bem superiores àqueles que afirmavam estar cobrando.
Ao perceber a fraude, o agente deu voz de prisão a Richard Kevin da Silva e Luciano Gonçalves Ferreira Filho, que resistiram e fugiram em uma moto, tendo sido capturados dentro de um condomínio na Lagoa. Com eles, foram apreendidos dois celulares e uma maquininha de cobrança, além da moto.
Na delegacia, os dois revelaram que vieram de São Paulo para o Rio há cerca de 30 dias para se passar por entregadores de aplicativos de delivery e aplicar golpes, induzindo as vítimas a fazerem pagamentos de forma indevida, nos equipamentos da quadrilha. Eles ainda apontaram o envolvimento de mais uma pessoa nas ações: José Hilton Gomes de Souza.
Policiais foram até um hotel também em Copacabana e o prenderam em flagrante, apreendendo com ele 11 maquininhas dentro do seu carro. Em depoimento, Luciano, que seria o mentor intelectual e protagonista dos golpes, contou que convidou Richard e José Hilton para cometer os crimes, distribuindo as tarefas entre o trio. O último era responsável por aguardar os demais quando aplicavam os golpes. Ele ficava nas proximidades em um Idea branco, para viabilizar a fuga, além de transportar as malas do grupo.
Já Richard disse que eles compram contas já abertas nos aplicativos de delivery para efetuar os crimes. Ao receberem os chamados nesses perfis, comparecem ao restaurante, retiram o lanche para entrega, tendo acesso a todos os dados da vítima, incluindo seu telefone. Ao realizarem a entrega, informam que não foi paga uma taxa de entrega que é normalmente feita pela empresa ao entregador. Nesse momento, eles então apresentavam uma maquininha com o visor quebrado, solicitando o pagamento do valor de R$ 4,99 referente. Diante do cartão do cliente, digitam até R$ 2 mil.
Ele informou ainda que, além dessas contas nos aplicativos, os integrantes das quadrilhas encontram “laranjas”, pessoas conhecidas que são os titulares das contas e recebem os valores pagos pelas vítimas, cujos cartões bancários ficam em sua posse e, ao chegarem em São Paulo, eles sacam o dinheiro obtido com os golpes e pagam até R$ 100 pelo fornecimento dos dados.
De acordo com a delegada Natacha Oliveira Alves, titular da 12ª DP, os três admitiram a participação em cerca de dez golpes no Rio e terem escolhido atuar na cidade pois em São Paulo já há diversas quadrilhas nesse tipo de fraude. Eles foram autuados por tentativa de estelionato e organização criminosa e encaminhados ao sistema penitenciário. No total, 12 maquininhas de pagamento foram apreendidas, além de seis celulares.