A Polícia Civil instaurou um inquérito apurar o crime de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional em bilhetes com ofensas a judeus jogados em ruas de condomínios do bairro da Zona Oeste do Rio . Os milhares de papéis com a mensagem: " Judeus acumuladores compulsivos de ouro diamante e dólares" estavam no chão do Mundo Novo e Américas Park durante o fim de semana e chamaram a atenção dos moradores.
"Realizamos diligências nesses locais, apreendemos alguns dos bilhetes e estamos em busca de imagens de câmeras de segurança da região. O objetivo é identificar os autores desse ataque e ainda quem imprimiu as mensagens", explicou o delegado Leandro Gontijo de Siqueira Alves, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), instaurou.
Para o presidente da Federação Israelita do Estado do Rio (Fierj), Alberto David Klein, as ofensas simbolizam um ataque de ódio a grupos minoritários:
"Quem discrimina não o faz só contra os judeus, mas também contra muçulmanos, entre outros. É inacreditável que hoje discutimos mais esse assunto do que há dez anos. A polarização tem levado ao extremismo, ao racismo, ao anti-semitismo. E o que nos preocupa não é a mensagem tão somente nos bilhetes, mas a consequência desses ataques, porque pode ser que as pessoas que organizaram isso tenham seguidores e queiram dar prosseguimento a essas ações. Precisamos voltar ao equilíbrio, a normalidade e ao diálogo, para que sociedade aceite a diversidade".
Também presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto, localizado no Mirante do Pasmado, em Botafogo, Klein ressalta a importância do exercício do respeito à defesa dos direitos humanos, à tolerância e ao humanismo. O espaço receberá exposições nacionais e internacionais com temas que estimulem a reflexão acerca dessa temática:
"É preciso que ensinemos nas escolas esses valores para que mensagens como as que estamos discutindo agora não voltem a ser disseminadas".