O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid
que 60 milhões de doses da Coronavac poderiam ter sido entregues ao Governo Federal se o Ministério da Saúde tivesse respondido a oferta e firmado um contrato desde o primeiro momento, em julho de 2020.
“A não aceitação da primeira oferta significa 60 milhões [de doses da Coronavac] até dezembro de 2020 (...) Nós tínhamos condições de chegar aos 100 milhões de doses, que poderiam chegar em maio [de 2021]. Como não houve essas definições [contrato com o Ministério da Saúde], o cronograma passou para setembro porque a demanda por vacinas nesse momento era muito grande [no mundo]”, disse Covas.
Segundo o diretor do Butantan, as negociações foram atrapalhadas pelas declarações do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre a "vacina da China"
, paralisando por três meses. “Todas as negociações que ocorriam com o Ministério [da Saúde] foram suspensas após declarações de Bolsonaro de que não compraria a vacina do Butantan e, de fato, só foram concretizadas em 7 de janeiro”, afirmou.
Ao ser informados dos números do Butantan, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, afirmou que a segunda onda da pandemia poderia ter sido evitada ou, pelo menos amenizada.