Policiais federais reagiram, nesta sexta-feira (24), à saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, afirmando que garantirão autonomia da PF e que não deixaram que ocorram interferências políticas. Em seu anúncio de saída do ministério, Moro afirmou que Bolsonaro teria intenção de intervir politicamente na Polícia Federal e que queria colocar um nome seu no cargo de diretor da PF para ter mais informações das investigações da instituição.
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A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) lamentou a saída de Moro, afirmando que ele cumpriu o papel de garantir a independência da PF. Para eles, a Polícia Federal é uma polícia de Estado e não de governo e, por isso, eles defendem que jamais a PF deveria ser afetada pela política.
“Para a diretoria da entidade, independentemente de quem ocupe o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Direção-geral da PF, a Polícia Federal precisa manter sua linha de autonomia e independência nos trabalhos e investigação”, divulgaram em nota.
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O presidente da entidade, Luís Antônio Boudens, defendeu que apesar de Bolsonaro poder fazer alterações na diretoria da PF “isso não significa, e garantimos que não irá ocorrer, qualquer tipo de interferência nas investigações criminais da Polícia Federal”.
A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) também concordou com esse posicionamento. “Mudar a chefia dos órgãos não dá ao Executivo carta branca para destituir, sem critérios claros, os ocupantes das funções. Respeitar a PF como instituição é fundamental para assegurar a efetividade do combate ao crime, doa a quem doer.”
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A entidade lamentou a saída de Moro e afirmou que “espera que os avanços sejam mantidos pelo próximo ministro. Apenas com a ciência acima de tudo a PF pode oferecer à sociedade um serviço de excelência”, fazendo um trocadilho com a frase de Bolsonaro “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.