O agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, possui provas documentais de atitudes criminosas cometidas pelo presidente Jair Bolsonaro e mencionadas no pronunciamento que foi ao ar nesta sexta-feira (24). A informação foi divulgada pelo jornalista Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo, e atribuída a “interlocutores do ex-ministro”.
Ao confirmar o pedido de demissão, Moro listou crimes que teriam sido cometidos por Bolsonaro , entre os quais o grave interesse em controlar a Polícia Federal. A acusação estaria fundamentada, sobretudo, em mensagens de Whatsapp trocadas entre o presidente e seus subordinados. A experiência de duas décadas do ex-ministro na função de juiz criminal está entre os argumentos para haja respaldo oficial sobre suas palavras.
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Também nesta sexta-feira (24), A Ordem dos Advogados do Brasil ( OAB ), a Associação Nacional dos Procuradores Regionais (ANPR), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) avaliaram como graves as acusações de Moro contra o presidente Jair Bolsonaro. Em nota, as entidades dizem que a possibilidade criminosa segue sob investigação.
Entenda a demissão
O ex-juiz federal Sergio Moro anunciou, na manhã desta sexta-feira (24), sua saída do cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, que ocupa desde a entrada do presidente Jair Bolsonaro no poder.
A demissão de Moro era esperada após anúncio da exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado para cargo como nome de confiança do ministro. O motivo da demissão seria maior necessidade de controle do governo na PF. A falta de autonomia consequente de uma nova nomeação foi uma das críticas de Moro no discurso.