A comerciante  Priscila Avendana , de 37 anos, denuncia que foi agredida por um PM durante uma ação da Polícia Militar , na tarde desta quinta-feira, no Morro do Preventório , em Niterói , Região Metropolitana do estado . Vídeos do momento das agressões circulam na Internet e mostram quando a mulher é arrastada e leva um "mata-leão" de um agente, identificado como o tenente Diogo Ramos Freire Ribeiro .

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PMs agredindo mulher comerciante
Reprodução/ Twitter
PMs agredindo mulher comerciante


Na imagens, é possível ver parte da confusão que aconteceu próximo da lanchonete de Priscila, que fica na  Travessa Doutor João Leitão , na comunidade do bairro Charitas . Ela conta que momentos antes houveu uma troca de tiros na região e que um morador foi baleado no rosto.

"Eu estava na cozinha trabalhando, quando teve o tiroteio . Não deu para saber quem estava atirando em quem. A gente foi para o fundo da lanchonete e se abaixou para se proteger", relembra, dizendo que depois dos disparos, foi até a frente do estabelecimento, quando viu que o morador Maurício Veríssimo havia sido baleado no rosto.


A comerciante disse que avisou a um policial que Maurício havia sido atingido. Mas o homem conseguiu se levantar e procurou ajuda em casa. Os ânimos até então estavam controlados.

"Fiquei na frente da lanchonete para ver se iria fechá-la ou não por causa do tiroteio e chamei uns entregadores de água que estavam perto para se protegerem dentro da loja. Só que um PM muito alterado (o tenente Freire) começou a me chamar de piranha, dizendo que eu estava escondendo bandido e me xingando muito", conta.

Priscila disse que pediu para que o agente a respeitasse, até que começou a aglomeração de pessoas no local. O tumulto ficou generalizado.

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"Ele me deu voz de prisão e disse que eu estava o desacatando. Mas aí os meus funcionários e outras pessoas que estavam na rua viram tudo e questionaram a ação dele", avisa.

Foi quando a comerciante foi arrastada e pega pelo pescoço. O policial que a imobilizava ainda chutou duas pessoas que tentavam se aproximar, uma delas, segundo Priscila, era seu marido. O agente ainda chegou a sacar uma arma.

"Ele estava completamente surtado, fora de si. Me colocou no camburão e continuou me coagindo o tempo todo. Eu estava algemada e ele dizia que eu estava protegendo bandido e mandando eu calar a boca", conta.

Priscila, um de seus funcionários e um morador foram levados para a 79ª DP (Jurujuba) . Lá, ela foi autuada por desacato e por facilitação de fuga. A comerciante conta que os policiais que registraram a ocorrência não pediram que ela fizesse exame de corpo de delito.

"Na Hora das agressões fiquei muito vermelha, porque sou branca, mas depois passou. Na delegacia, falei que minha garganta e minha cabeça doíam, já que o PM me enforcou, mas nada", avisa.

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A mulher informa que voltará à delegacia para prestar novo depoimento com seu advogado. Apesar da agressão sofrida, apenas ela foi autuada.

"Eu estou me sentindo a pior pessoa do mundo, impotente. Mas mesmo assim eu vou abrir a boca. Independente do que vier acontecer eu vou falar a verdade. Mas estou com medo porque o PM me ameaçou, dizendo que iria voltar. Olhava para a mim com cara de ódio", relembra.

O morador que foi baleado no rosto procurou socorro no Hospital Azevedo Lima (Heal) , no Fonseca . De acordo com a Secretaria estadual de Saúde , ele está estável. Já a PM ainda não se manifestou sobre a conduta dos agentes na ação.

Em agosto de 2013, o tenente Diogo Ramos Freire Ribeiro esteve envolvido em outro caso de agressão. Na ocasião, uma jovem de 19 anos que participava de um protesto na Lapa, na região central da capital, denunciou que o PM e outros colegas a derrubaram no chão e depois a golpearam com cassetete.

Na época, a Corregedoria Interna da Polícia Militar informou que iria analisar as imagens da agressão. Procurada hoje também sobre a investigação, a PM ainda não se manifestou.

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