Adriano Nóbrega morreu durante um confronto com a polícia no último domingo (9).
Reprodução / Polícia Civil
Adriano Nóbrega morreu durante um confronto com a polícia no último domingo (9).

A família do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega fará um novo pedido, dessa vez à Justiça da Bahia, para seja autorizada a realização de um novo exame cadavérico, por perito particular, no corpo do miliciano . De acordo com o advogado Paulo Emílio Catta Preta, a previsão é de que o requerimento seja feito nas próximas horas.

O mesmo pedido foi negado nessa quinta-feira (13) pela Justiça do Rio. Na decisão, foi determinado apenas que o corpo de Adriano, que estava em um laboratório de embalsamamento na Baixada Fluminense, fosse levado para o Instituto Médico Legal no Centro do Rio. O cadáver do miliciano chegou ao IML na manhã desta sexta-feira.

"Esta semana, de domingo até hoje, as dúvidas (sobre as circunstâncias da morte) só aumentaram. Uma perícia realizada por um assistente técnico contratado pela família dará mais segurança. A família tem esse desejo de fazer uma perícia independente", explicou o advogado, esclarecendo ainda que entrará com uma medida cautelar de produção de prova antecipada.

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O pedido para a realização de nova perícia foi negada pelo juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, do 4º Tribunal do Júri do Rio, no processo da Operação Intocáveis. Essa era a única ação respondida por Adriano. "Sob este aspecto, quaisquer investigações sobre as circunstâncias do óbito - apontadas como 'obscuras' ou duvidosas pela subscritora do pedido, deverá ser carreada em feito próprio através de inquérito policial ou investigação ministerial, a ensejar eventual ação penal autônoma caso constatado qualquer excesso na atuação policial", escreveu ele em sua decisão.

O corpo de Adriano, morto durante uma operação policial na Bahia no último domingo, chegou ao Rio na noite da última terça-feira. O cadáver foi trazido para a cidade em um voo comercial que pousou no Aeroporto Internacional do Galeão. A funerária contratada pela mãe e irmãs de Adriano foi a responsável pelo traslado. A cremação estava prevista para ocorrer na manhã de quarta-feira, no Memorial do Carmo, no Caju, mas foi impedida pela Justiça. Ter o corpo cremado era um desejo de Adriano, de acordo com o advogado Paulo Emílio Catta Preta.

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"No início da semana, não havia uma dúvida tão grande (sobre as circunstâncias da morte de Adriano). E a família tentou fazer a vontade do Adriano, que era ser cremado", afirmou o advogado.

Duas decisões judiciais impediram a cremação do corpo de Adriano. Na primeira, da madrugada de quarta-feira, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do Plantão Judiciário, afirmou que o pleito da família não atendia "aos requisitos da Lei 6.015/73, não estando acompanhado de imprescindíveis documentos", como o Guia de Remoção de Cadáver e o Registro de Ocorrência. Maria Izabel destacou, também, que a morte de Adriano da Nóbrega não se deu "por causas naturais".

Já na tarde de quarta-feira, o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, deu uma nova decisão proibindo a cremação no processo referente à Operação Intocáveis, desencadeada pelo Ministério Público estadual do Rio em janeiro do ano passado, e na qual Adriano era alvo. O pedido foi peito pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ).

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"A toda evidência, em se tratando de óbito não advindo de causas naturais, mas decorrente de disparo de arma de fogo, a cremação só poderá ocorrer após a realização de todas as diligências e confecção de todos os laudos periciais necessários para elucidação de tais circunstâncias", afirma o MP no documento enviado à Justiça.

O juiz Gustavo Kalil determinou que a cremação do miliciano seja suspensa até que seja encaminhada para o Rio toda a documentação de sua morte pelas autoridades da Bahia. O magistrado determinou que todos os crematórios do Rio sejam comunicados da decisão.

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