A ex-vereadora Talíria Petrone
(PSOL-RJ), amiga de Marielle Franco
na Assembleia Legislativo do Rio de Janeiro
(Alerj), recebeu ameaças quatro meses antes da morte da colega e do motorista Anderson Gomes
, diz reportagem do portal UOL
. A informação consta em um inquérito da polícia.
As ameaças aconteceram em novembro de 2017 e mensagens trocadas pelo WhatsApp entre Talíria e Marielle mostram que ela pediu ajuda à amiga. "Ligaram aqui na sede do PSOL me ameaçando, acredita? E falando que iam explodir o PSOL", escreveu Talíria. Na ocasião, Marielle sugeriu que elas fizessem uma denúncia.
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Logo nas primeiras horas após o assasinato de Marielle e Anderson, em 14 de março, agentes da Delegacia de Homicídios do Rio receberam a informação de que uma pessoa do gabinete de Talíria foi abordada em um ônibus. O homem teria dito que "Marielle Franco estava falando demais".
Segundo o inquéritos, no entanto, a testemunha não foi questionada pelos policiais a respeito da ameaça quando prestou depoimento, dois dias após o crime. Outro trecho do inquérito diz que a ameaça teria acontecido "quinze dias" antes do atentado, fato que também foi mencionado às autoridades por Fernanda Chaves, sobrevivente do crime.
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"Na Câmara Municipal de Niterói, as sessões eram bastante tensas, em especial quando os temas eram de segurança pública. Eu me lembro dessas conversas que tive com a Marielle. A gente compartilhava muito essas experiências, nossas angústias e nossa luta", disse Talíria ao UOL , que hoje é deputada federal.