Policiais Militares do Segundo Batalhão de Choque do Estado de São Paulo
foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Policiais Militares do Segundo Batalhão de Choque do Estado de São Paulo

É difícil encontrar uma pessoa que possua a firmeza e coragem de, dentro dos limites da lei, saber como e quando usar seu dedo para puxar o gatilho de uma arma, Também é difícil encontrar uma pessoa que tenha a sensibilidade e técnica de, fora dos limites do convencional, saber como e quando usar seu dedo para acionar o obturador de uma máquina fotográfica e criar arte. 

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Há pouco mais de um ano tive o privilégio de conhecer Luis Augusto Pacheco Ambar, Major da Polícia Militar de São Paulo, pai da Stephanie e da Vitória. Ele é uma dessas raras pessoas que possui estes dois dons.

Caminhões do Segundo Batalhão de Choque em deslocamento pela Ponte Estaiada, na cidade de São Paulo
foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Caminhões do Segundo Batalhão de Choque em deslocamento pela Ponte Estaiada, na cidade de São Paulo

Nesse período acompanhei o Major Ambar em vários treinamentos e operações das unidades do Choque da PM paulista, incluindo o salto de altitude, sem paraquedas, de tropas embarcadas em helicópteros na água, tiros de precisão de longa distância, explosões de bombas, invasão táticas de cativeiros e patrulhas em áreas de risco, entre várias outras atividades. Em todos esses momentos, sempre me chamou a atenção o equipamento padrão de trabalho do Major: uma pistola calibre .40 e uma máquina fotográfica Nikkon.

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No entanto, por mais que a visão de sua arma transmita uma forte sensação de segurança, é sua máquina fotográfica que me impressiona mais. A capacidade do Major em observar momentos únicos e transformá-los em obras de arte já lhe rendeu vários prêmios.

Secretário de de Segurança Pública de SP  Mágino Alves Barbosa Filho, Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar (autor do livro  “2º Choque – Honra, Fibra, Vitória”) e o Secretário Adjunto de Segurança Pública Sérgio Turra Sobrane, durante a noite de lançamento do livro
Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Secretário de de Segurança Pública de SP Mágino Alves Barbosa Filho, Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar (autor do livro “2º Choque – Honra, Fibra, Vitória”) e o Secretário Adjunto de Segurança Pública Sérgio Turra Sobrane, durante a noite de lançamento do livro

No começo deste ano ele lançou seu primeiro livro de arte retratando as ações das várias unidades do Choque da Polícia Militar paulista intitulado: “Choque - Missões Singulares”,  uma daquelas obras que você tem orgulho em deixar sobre a mesa da sala de estar da sua casa. Mês passado, o Major Ambar apresentou seu segundo livro de arte sobre o Choque, desta vez com foco nas operações desenvolvidas apenas por uma das cinco unidades da elite da PMSP: o  Segundo Batalhão de Choque . Com o título:  “2º Choque – Honra, Fibra, Vitória”,  essa é mais uma peça repleta de imagens de tirar o fôlego.

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Conheça abaixo um pouco da vida de Luis Ambar, e curta algumas das fotos do seu mais recente livro.

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Major Luis Augusto Pacheco Ambar

As mulheres do Segundo Batalhão de Choque passam pelos mesmo treinamentos e cumprem as mesmas missões que os colegas homens

O que um fotografo premiado esta fazendo na Polícia Militar?
Acho que a pergunta é ao contrário: O que um Policial Militar está fazendo como fotografo? (risadas). A “culpa” não foi minha e sim dos meus pais. Meu lado artístico foi herdado da minha mãe, uma grande artista plástica, que sempre foi muito ligada ao mundo das artes e isso acabou por acender em mim essa luz de criar a beleza com as nossas próprias mãos. Já a minha paixão profissional de ser um Policial Militar vem do meu pai e do meu avô, ambos Policiais Militares. Desde cedo convivi neste meio, aprendi a gostar e respeitar seus valores. Quando criança tive uma intensa convivência com o mundo da PM, eu jogava bola no Quartel, cortava cabelo e fazia refeições lá. Fiz muitas amizades nesse período, que seguem sólidas até hoje. Me lembro que uma das épocas que eu mais curtia eram as férias, pois passava o dia no Quartel, fazendo todo tipo de atividades com os outros filhos de Policiais. Foi uma fase muito feliz da minha vida que moldou meu caráter e meus valores pessoais.

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As mesmas mãos que já prenderam e algemaram criminosos possuem a sensibilidade, intuição e técnica para manipular uma maquina fotográfica. Isso não é contraditório?
Na verdade as duas atividades possuem elementos muito parecidos. Como qualquer Policial Militar, tenho um olhar cuidadoso e atento aos detalhes que me cercam, uma noção apurada de tempo e espaço, e a iniciativa de tomar decisões instantâneas, sem nenhuma margem de erro. Treinamos intensamente isso durante toda nossa carreira na PM, já que nossas vidas, e dos cidadãos que defendemos, dependem disso. A fotografia demanda essas mesmas qualidades: atenção aos detalhes, persistência e paciência em esperar o momento ideal para agir e a capacidade de processar múltiplas informações e filtrar as mais relevantes. Como PM, tenho um diferencial que me dá uma vantagem sobre meus colegas fotógrafos: acesso a locais e situações que poucos possuem, seja em treinamentos ou em operações reais. Isso me permite capturar imagens que são difíceis de ser registradas e transmitir a intensidade dessa realidade tanto do ponto de vista do ineditismo como da possibilidade artística.

As icônicas motocicletas Harley Davidson vermelhas e brancas usadas pela unidade de Escolta do Segundo Batalhão de Choque
Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
As icônicas motocicletas Harley Davidson vermelhas e brancas usadas pela unidade de Escolta do Segundo Batalhão de Choque

Como surgiu a ideia de fazer uma coleção de livros de arte das áreas do Choque da PM?
Ano passado assumi um posto na área que comanda todos os Batalhões do Choque, e isso me deu acesso livre à todas as unidades de elite da PM e suas atividades de policiamento especializado. Pude então juntar minhas duas paixões: a Polícia Militar e a fotografia. O objetivo inicial era manter nossa memória interna, registrando e valorizando quem somos e o que fazemos. Quando vi os primeiros resultados, percebi que o material tinha um bom potencial artístico e nasceu a ideia de fazer um livro de arte para que a população conhecesse os Batalhões de elite da PM. Ele foi batizado de “Choque - Missões Singulares” e é composto por 200 páginas com 222 fotos impressas em papel de alta qualidade. Agora lancei o segundo livro, focado nas atividades específicas do Segundo Batalhão de Choque, que se chama: “2º Choque – Honra, Fibra, Vitória”.  

Treinamento do Segundo Batalhão de Choque
foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Treinamento do Segundo Batalhão de Choque

O que é o Choque?
O Choque é uma área da Polícia Militar composta por cinco Batalhões altamente especializados que dá apoio às atividades do policiamento regular do dia-a-dia. Cada unidade do Choque possui treinamentos e equipamentos bastante específicos, sempre em prontidão para resolver situações de crises complexas e de alto poder ofensivo contra a segurança pública.

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Você pode dar alguns exemplos?
Sim. Normalmente as ocorrências de roubo à banco são resolvidas pelos Policiais Militares que atuam na área, mas se eles se depararem com uma situação mais complexa que envolva reféns, armamentos pesados e até bombas, eles irão acionar o Grupo de Ação Táticas Especiais (GATE), do 4º Batalhão Choque, que possui Policiais habilitados para lidar com esse tipo de ocorrência. Um outro exemplo envolve o trabalho de inteligência da PM que, ao descobrir um local usado para armazenar drogas ou armas, de difícil acesso e fortemente protegido por criminosos, irá acionar o Comandos e Operações Especiais (COE), também do 4º Batalhão Choque, composto por Policiais de elite com treinamento para atuar por terra, ar e mar, em operações diurnas e noturnas, em qualquer tipo de clima, em cenários urbanos e rurais.

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foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar

Policial do Segundo Batalhão de Choque do Estado de São Paulo

Quais são as cinco unidades de Choque?
O 1º Batalhão é a ROTA, especializado no policiamento ostensivo em áreas com altos índices de criminalidade. O 2º Batalhão é o que faz a segurança de grandes eventos esportivos, culturais e manifestações. Também estão sob sua responsabilidade a ROCAM e a escolta de autoridades, ambos feitos com motocicletas. O 3º Batalhão é voltado ao controle de distúrbios e também é responsável pelo Canil. O 4º Batalhão é dividido entre o COE e o GATE, conforme explicado na pergunta anterior, e finalmente o 5º Batalhão de Choque é a Cavalaria, que atua de forma ostensiva e preventiva em patrulhamentos regulares e também no controle e dispersão de distúrbios de grande porte.

O que é o Segundo de Choque que você mostra nesse livro?
O “Segundo” é um Batalhão formado por homens e mulheres altamente treinados e especializados no policiamento e controle de ambientes com multidões, com o objetivo de proteger os cidadãos e evitar conflitos. O povo paulista conhece bem o trabalho desses PMs, já que entre suas atividades está a segurança dos grandes eventos culturais, artísticos e esportivos, como os jogos futebol, e também das grandes manifestações populares. Este Batalhão possui uma história muito rica e de resultados operacionais muito expressivos nos seus 83 anos de existência. Um bom exemplo é o fato do “Segundo” ter sido a única unidade da Policia Militar convocada pelo Exército para operar na Segunda Guerra Mundial. Sua atuação foi tão bem sucedida que no final da guerra serviu de modelo para a criação da Polícia do Exército.

Policias Militares da ROCAM pilotando as novíssimas Tiger 800
foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Policias Militares da ROCAM pilotando as novíssimas Tiger 800

E a parte de motocicletas do Segundo de Choque?
São duas atividades bem distintas. A primeira é a escolta de autoridades feita pelas icônicas Harley Davidon vermelhas e brancas. O trabalho desta unidade é referência mundial. Os PMs que pilotam essas máquinas possuem um treinamento muito especializado com objetivo de criar soluções de deslocamento fluido, continuo e seguro para que o comboio não pare de rodar nunca. Diferente de outros países que interditam ruas com antecedência, nossa escolta faz bloqueios pontuais e rápidos, à medida que o comboio se desloca, causando um impacto mínimo ao transito local. A segunda atividade é desenvolvida pela ROCAM (Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas), uma modalidade de policiamento extremamente respeitada e muito eficiente, desenhada para dar respostas imediatas num ambiente urbano de tráfego viário complexo como o das grandes cidades. Esses pilotos da PM possuem um treinamento diferenciado que os habilita a combater o crime em qualquer tipo de terreno, desde o pesado trânsito do asfalto até nos ambientes rurais com vielas não pavimentadas, com extrema agilidade e rapidez. Este ano, a ROCAM passou a usar as modernas e potentes motocicletas Tiger 800.

Policial Militar Segundo Batalhão de Choque em operação de controle de distúrbios
Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Policial Militar Segundo Batalhão de Choque em operação de controle de distúrbios

Ainda faltam quatro livros de arte para fechar o ciclo do Choque, é isso?
Sim, meu compromisso pessoal e com o Comando Geral da PM é de fazer um livro para cada Batalhão de Choque, para registrar e contar a história de cada um deles. O próximo já esta sendo produzido.

A última pergunta é sempre a mais difícil: tem alguma foto que você tirou do Choque que você mais curte?
Claro de sim: a próxima!

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Veja abaixo duas galerias de fotos; a primeira com uma seleção de fotos do livro “2º Choque – Honra, Fibra, Vitória”, e na segunda conheça um pouco sobre os 1º, 3º, 4º e 5º Batalhões de Choque através de algumas fotos dos próximos livros de arte do Major PM Ambar.

Seleção de 36 fotos do livro “2º Choque – Honra, Fibra, Vitória”




Seleção de 30 fotos dos 1º, 3º, 4º e 5º Batalhões de Choque: Rondas Ostensivas Tobias de Aguir; Canil; Comandos e Operações Especiais & Grupo de Ações Táticas Especiais; Regimento de Cavalaria


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