Descobertas em Israel podem ajudar a comprovar trecho bíblico
Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel
Descobertas em Israel podem ajudar a comprovar trecho bíblico


A Autoridade de Israel divulgou, no início de outubro, um comunicado sobre novas descobertas do sagrado histórico em Jerusalém . Um grupo de escavadores encontrou, no bairro Mordot Anona, indícios da invasão assíria ao local.

Os achados confirmariam uma narração do Segundo Livro de Reis da Bíblia hebraica e cristã, que conta como os assírios cercaram a capital do reino de Judá em 70 a. C. e destruíram diversas cidades ao redor.

Informações bíblicas

De acordo com o comunicado, a principal prova encontrada pelos escavadores são duas construções antigas da cidade, sobrepostas uma à outra.

A primeira foi construída antes da campanha militar assíria, e a segunda foi erguida após a rebelião do rei Ezequias

As construções confirmariam que o rei assírio Senaqueribe de fato poderia ter invadido Jerusalém, pois são as evidências mais geograficamente próximas da Terra Santa. Antes, os artefatos que comprovavam a guerra tinham sido encontrados até Sefelá, centro-sul de Israel. 

O ministro do patrimônio de Israel disse: "É muito emocionante encontrar mensagens de altos oficiais da administração judaíta de cerca de 2.700 anos atrás. A descoberta fascinante da Autoridade de Antiguidades de Israel conta a história de milênios do povo judeu que, apesar de crises e períodos muito difíceis, sempre soube como se recompor, reconstruir e prosperar."

Judá de Ezequias

Os diretores da escavação, Neria Sapir , Natan Ben-Ari e Benyamin Storchan ,  escreveram um comunicado à imprensa sobre a descoberta. Nele, ressaltam como a construção pré-Ezequias poderia colocar em local mais exato o funcionamento de Judá e as mudanças da invasão assíria. Leia alguns trechos do relatório:

"Descobrimos resquícios de um centro administrativo real significativo dos dias do rei Ezequias, e talvez até mesmo do reino de seu pai, o rei Acaz. O centro funcionava no último terço do século 8 a.C., mas foi destruído até a sua fundação e enterrado sob um enorme amontoado de pedras. A pilha formava uma plataforma sobre a qual a estrutura seguinte foi erguida, mantendo uma vista dominante de todas as áreas agriculturais do leste do cume de Armon Ha-Natziv-Ramat Rahel, e poderia ser visto de longe. Enorme pedras de construção originais desta estrutura mais antiga foram deliberadamente incorporadas à pilha."

"Nós interpretamos estas mudanças dramáticas como uma declaração do governo imperial assírio, com a intenção de pasar uma mensagem política e diplomática para a região ao redor e tornar claro 'quem está realmente no comando' ao suplantar a estrutura administrativa e sua função. Como os assírios ainda estavam interessados na produção agrícola e nos impostos que Judá poderia fornecer, eles permitiram a existência de uma administração judaíta independente, mas intensificaram suas pesadas exigências econômicas", observaram os especialistas.

Outras descobertas ajudam

Algumas das principais provas seriam 180 selos do reino de Judá do século 8 a. C. em “alças de jarro”. Eles pertenciam ao rei e a algumas outras pessoas nomeadas em hebraico. 

Oed Lipschits, da Universidade de Tel Aviv, acredita que os selos são de um sistema montado por Ezequias para organizar o levante contra a Assíria antes da invasão. 

A partir do século 7 a. C., os selo são diferentes - o que poderia indicar a cobrança de impostos assírios. 

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