Os Estados Unidos anunciaram, nesta quarta-feira (13) a revogação de vistos de funcionários do governo do Brasil e ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) por “cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano no programa Mais Médicos”.
Em publicação nas redes sociais, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que o Mais Médicos seria um “esquema de exportação de trabalho forçado”, assim como um “golpe diplomático inconcebível de ‘missões médicas’ estrangeiras”.
Além de ex-funcionários da OPAS, estão entre os sancionados Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador-geral da COP30, que integravam o Ministério da Saúde quando o programa Mais Médicos foi implementado no Brasil.
Todos foram enquadrados na restrição, que os impede de entrar nos Estados Unidos.
Mais cedo, o Departamento de Estado dos EUA já havia anunciado a revogação dos vistos de autoridades dos governos de Cuba e de países da África e da Granada.
Desde 2019, o Departamento de Estado dos EUA classifica as missões médicas de Cuba como “trabalho forçado”.
“Como parte do programa Mais Médicos do Brasil, essas autoridades usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos. Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa” , disse um trecho do comunicado da chancelaria norte-americano.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), classificou a medida contra o Mais Médicos como "ataques injustificáveis de quem quer que seja" e que o programa "salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira" .
"Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman" , acrescentou.
Padilha relatou que o Governo Federal segue firme na defesa pela "saúde e soberania".
"Nesse Governo atual, em 2 anos, dobramos a quantidade de médicos no Mais Médicos. Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde" , completou.
Em julho, o governo norte-americano já havia cancelado os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles Alexandre de Moraes, que também foi enquadrado na Lei Magnitsky
, na tentativa de interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).