
O Irã declarou nesta segunda-feira (23) que considera o Catar um “amigo e fraterno vizinho” após lançar mísseis contra base militar americana localizada no território catariano.
A declaração foi feita pelo órgão de segurança máxima do Irã e direcionada oficialmente ao governo do Catar, com o objetivo de afastar interpretações de que os ataques teriam como alvo o país do Golfo.
Segundo o jornal New York Times, três autoridades iranianas confirmaram que o ataque à base aérea de Al Udeid foi previamente coordenado com autoridades catarianas, a fim de minimizar danos e evitar vítimas.
A base, localizada nos arredores de Doha, abriga cerca de 10 mil militares dos Estados Unidos e é considerada a maior instalação militar americana no Oriente Médio.
Os mísseis lançados pelo Irã atingiram também instalações dos EUA no Iraque e foram uma resposta direta aos bombardeios americanos realizados no sábado (21) contra instalações nucleares iranianas em Fordo, Natanz e Isfahan.
Esses bombardeios ocorreram após ataques de Israel contra o Irã em 13 de junho, ampliando o conflito na região.
Apesar de sediar bases americanas, o Catar mantém relações diplomáticas e econômicas com o Irã. Ambos os países compartilham o maior campo de gás natural do mundo, conhecido como South Pars/North Dome.
A nota emitida por Teerã buscou preservar esse vínculo, afirmando que os ataques não deveriam ser interpretados como uma ameaça à soberania catariana.
Catar se posicionou contra o Irã após ataque

O Ministério das Relações Exteriores do Catar expressou preocupação com a escalada da violência e advertiu sobre possíveis “consequências catastróficas” para a estabilidade regional. O governo catariano apelou pela moderação de todas as partes envolvidas.
No cenário geopolítico mais amplo, o Catar atua como mediador em diferentes crises no Oriente Médio, incluindo negociações entre Israel e o Hamas. A tentativa do Irã de manter o apoio ou a neutralidade do Catar nesse contexto tem sido considerada estratégica.
A ampliação do conflito levou outros países do Golfo, como a Arábia Saudita, a manifestarem preocupação com a segurança da região.
Uma das principais áreas em risco é o Estreito de Ormuz, rota por onde passa aproximadamente 20% do petróleo mundial exportado por via marítima.