
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que caiu de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, estava ao lado de um guia no momento do acidente. Segundo relatos de testemunhas e autoridades locais, ela seguia logo atrás dos demais integrantes do grupo, acompanhada apenas pelo profissional responsável pela condução da expedição.
A tragédia aconteceu durante a madrugada da última sexta-feira (20), quando os turistas iniciaram a subida rumo ao cume da montanha, a mais de 3 mil metros de altitude. O percurso era considerado difícil, com terreno escorregadio, pouca visibilidade e iluminação limitada ao uso de lanternas.
De acordo com o francês Antoine Le Gac, que fazia parte do mesmo grupo de turistas, os participantes avançavam em diferentes ritmos. "No momento do acidente, eu estava bem na frente. Ela estava sozinha com o guia. Era muito cedo, antes de o sol nascer, com uma simples lanterna para iluminar terrenos difíceis" , relatou ao 'Fantástico', da TV Globo.
Informações das autoridades indonésias indicam que Juliana teria caído cerca de 300 metros abaixo da trilha, próximo ao ponto mais alto da montanha. Algumas horas depois, um outro grupo que passou pelo local conseguiu localizá-la, presa entre pedras, com dificuldades para se mover.
Ela vestia calça jeans, camiseta, luvas e tênis, sem agasalho adequado para o frio intenso e sem os óculos de grau, fundamentais para sua visão, já que tinha cerca de cinco graus de miopia.
Família questiona conduta do guia
Do Brasil, a família de Juliana tenta entender o que aconteceu. A irmã da jovem, Mariana Marins, disse que, segundo informações de funcionários do parque, a brasileira demonstrou cansaço e pediu para descansar durante a trilha. Mesmo assim, o guia teria seguido adiante, deixando-a sozinha por um tempo.
“A Juliana pediu para parar um pouco, os outros continuaram. O guia não ficou com ela. Quando ele percebeu que ela estava demorando, voltou e viu que ela tinha caído lá embaixo ”, contou Mariana.
O drama da família aumentou após a circulação de informações falsas. Um vídeo sugerindo que Juliana teria sido resgatada chegou a ser enviado para os parentes, mas logo foi desmentido. "Chegamos a comemorar. Foi um choque descobrir que era mentira" , afirmou a irmã.
Operação de resgate enfrentou dificuldades
Equipes de resgate indonésias chegaram ao local onde Juliana havia sido vista pela última vez com o auxílio de drones, mas ela já não estava mais lá. As buscas foram ampliadas e passaram a contar com equipamentos de visão térmica. No entanto, as condições climáticas, com forte neblina e baixa visibilidade, interromperam temporariamente os trabalhos.
O embaixador do Brasil na Indonésia reconheceu que, no início, passou informações incorretas à família, baseando-se em dados desencontrados das autoridades locais.
Até o último informe da família, Juliana continuava desaparecida, após mais de 48 horas de buscas. A irmã reforçou que segue com esperança de que ela seja encontrada com vida: “A gente acredita que a minha irmã está viva” , disse Mariana.