
Uma orca macho chamada Kshamenk vive há quase três décadas em confinamento no aquário Mundo Marino, na Argentina, em um tanque de aproximadamente 12 metros. Desde o ano 2000, o animal não vê outro de sua espécie e passa boa parte do tempo parado, em um comportamento que comove visitantes e internautas e a imagem de sua solidão voltou a circular nas redes sociais recentemente.
De acordo com a ONG Urgent Seas, Kshamenk é o único exemplar vivo de orca no local.
"Desde 1992 ele está preso em um pequeno tanque de concreto. Está sozinho desde que sua última companheira morreu, em 2000", informou a organização.
Apelidado de "a orca mais solitária do mundo", Kshamenk foi encontrado encalhado por pescadores na baía de Samborombón, segundo o próprio aquário. Após ser resgatado e passar por reabilitação, foi considerado inapto para retornar à natureza e acabou sendo mantido em cativeiro.
Atualmente, ele vive em um sistema de piscinas interligadas, com cerca de seis milhões de litros de água bombeada de um poço. Sua dieta é composta por aproximadamente 100 quilos de peixe por dia.
Na natureza, uma orca pode nadar até 400 quilômetros diariamente. Em cativeiro, no entanto, a principal atividade física de Kshamenk é dar voltas em sua pequena piscina, onde dá cerca de 500 giros por dia, segundo ativistas.
Enquanto orcas selvagens podem viver até os 90 anos, em aquários esses animais raramente ultrapassam os 32. Mesmo assim, Kshamenk continua vivo, cercado por campanhas que pedem sua transferência para um santuário marinho, onde possa conviver com outros da mesma espécie.
“Ele precisa sair desse tanque e ser levado para um local onde possa interagir com outras orcas, antes que seja tarde demais”, afirmou um porta-voz da Urgent Seas durante uma mobilização em 2024.
Em 2021, uma petição que pedia o fim dos espetáculos com animais marinhos na Argentina e a libertação de Kshamenk alcançou mais de 775 mil assinaturas. Apesar da comoção pública, o cenário permanece inalterado.