Na terça-feira (3), o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial na Coreia do Sul , justificando a medida como uma forma de combater "elementos pró-Coreia do Norte". Porém, uma série de acontecimentos ocorreu ao longo do dia que resultou na queda do decreto do líder sul-coreano.
Em pronunciamento transmitido em rede nacional, ele afirmou que a medida era necessária para proteger o país contra "forças comunistas norte-coreanas" e para "erradicar as forças anti-estado".
"Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças anti-estado e pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo", afirmou.
1. O que é a Lei Marcial?
A lei marcial transfere poderes civis para o comando militar e restringe direitos fundamentais. Durante sua vigência, atividades políticas podem ser limitadas, manifestações proibidas e a imprensa controlada.
Na história da Coreia do Sul, é a primeira vez que essa medida é utilizada desde o fim da ditadura militar nos anos 1980.
2. Críticas
O decreto foi amplamente criticado, tanto por membros do governo quanto pela oposição. O chefe da Polícia da Coreia do Sul convocou uma reunião emergencial para discutir a medida, enquanto opositores chamaram todos os partidos ao Parlamento em Seul para debater o anúncio.
"A declaração da lei marcial é errada e vamos pará-la com a ajuda do povo", afirmou o ex-ministro da Justiça Han Dong-hoon.
3. Tensões
Após a declaração, tropas militares bloquearam o acesso ao parlamento. Parlamentares opositores precisaram entrar pelas janelas para garantir a realização de uma sessão emergencial.
Durante a votação, os 190 deputados presentes decidiram, de forma unânime, revogar o decreto presidencial, conforme previsto na Constituição sul-coreana.
"O presidente deve suspender imediatamente a lei marcial de emergência após a votação pela Assembleia Nacional. Agora, a declaração de lei marcial de emergência é inválida", declarou Woo Won-sik, presidente da Assembleia Nacional.
4. Retirada das tropas
Após a decisão parlamentar, as tropas militares que ocupavam o prédio do parlamento deixaram o local pacificamente. No entanto, algumas forças permanecem nos arredores para conter manifestações populares.
5. Protestos populares
A declaração da lei marcial desencadeou protestos em frente ao Parlamento, onde manifestantes pediam a suspensão do decreto. Após a votação parlamentar, os gritos passaram a pedir a renúncia do presidente Yoon Suk Yeol.
"Abram a porta", entoavam os manifestantes durante os confrontos com a polícia.
6. Acusações de motivação política
A oposição acusou o presidente de usar a lei marcial como represália, após a rejeição de sua proposta orçamentária e a aprovação de uma moção de impeachment contra membros de seu gabinete.
"A lei marcial foi usada como uma tentativa de controlar o Parlamento e silenciar críticas ao governo", afirmou um líder da oposição.
Apesar da revogação da lei marcial, a crise política na Coreia do Sul continua, com protestos em andamento e questionamentos sobre o futuro do governo de Yoon Suk Yeol.