Moradores de um prédio atacado por mísseis na cidade ucraniana de Dnipro retiram seus pertences em 19 de abril de 2024
AFP
Moradores de um prédio atacado por mísseis na cidade ucraniana de Dnipro retiram seus pertences em 19 de abril de 2024

Rússia disparou, nesta quinta-feira (21), um míssil balístico intercontinental contra a cidade de Dnipro , no centro-leste da Ucrânia , em um ataque que, segundo a Força Aérea Ucraniana, marca a primeira utilização desse tipo de armamento desde o início da invasão em 2022.

O disparo foi realizado a partir da região russa de Astrakhan e tem sido interpretado como uma represália a ataques recentes da Ucrânia com mísseis ATACMS , fornecidos pelos Estados Unidos.

De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, o ataque foi uma resposta ao lançamento, dias antes, de mísseis de longo alcance ATACMS contra uma instalação militar na região russa de Bryansk.

A Rússia afirmou que o ataque ucraniano representa "uma nova fase" do conflito, e prometeu uma reação "adequada". Embora a Ucrânia não tenha confirmado oficialmente a autoria do ataque com os mísseis ATACMS, fontes militares indicaram que o impacto causou 12 explosões secundárias.

Os mísseis ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, foram usados pela primeira vez em mil dias de guerra, após autorização do governo de Joe Biden. A Rússia, em resposta, acusou os militares ucranianos de contar com a ajuda dos Estados Unidos para operar esses mísseis, que possuem um alcance de até 300 km.

Durante a semana, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse que o uso dos mísseis ATACMS por Kiev marca um "ponto de virada" no conflito, acusando os países ocidentais de alimentar uma escalada.

Lavrov também afirmou que a Rússia responderia com a devida força. Em entrevista no Brasil, onde participava da cúpula do G20, o chanceler russo acusou os EUA de estarem diretamente envolvidos no uso dos mísseis.

Por sua vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se absteve de comentar publicamente o uso dos mísseis ATACMS, mas a imprensa local confirmou a utilização desses armamentos pelos ucranianos.


O que são?

Os mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), como o disparado pela Rússia, são projetados para transportar ogivas nucleares e podem atingir alvos a milhares de quilômetros de distância.

Com um alcance mínimo de 5.500 km, esses mísseis podem alcançar distâncias de até 9.000 km em versões mais avançadas. O primeiro ICBM foi lançado pela União Soviética em 1957, e desde então essa tecnologia tem sido um pilar das capacidades militares de longa distância de potências nucleares.

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