O presidente eleito dos Estados Unidos , Donald Trump , anunciou nesta quarta-feira (20) a indicação de Matt Whitaker , ex-procurador-geral interino, para assumir o cargo de embaixador do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte ( Otan ).
A decisão quebra a tradição de nomear diplomatas com experiência em política externa para a posição. Ao justificar a escolha, Trump declarou que Whitaker é “um guerreiro forte e um patriota leal” e garantiu que o novo indicado “defenderá os interesses dos Estados Unidos, fortalecerá as relações com nossos aliados na Otan e enfrentará ameaças à paz e à estabilidade”.
Experiência de Whitaker
Whitaker, advogado de formação, foi procurador-geral interino dos EUA de novembro de 2018 a fevereiro de 2019, após a demissão de Jeff Sessions. Ele deixou o cargo em meio à polêmica sobre sua recusa em liderar as investigações sobre a interferência russa nas eleições de 2016.
Whitaker ocupou o posto até a confirmação de William Barr como procurador-geral. Apesar de sua atuação no Departamento de Justiça, o ex-procurador não possui experiência direta em relações internacionais.
Sua escolha surpreendeu analistas e gerou questionamentos, já que o cargo na Otan geralmente é ocupado por diplomatas experientes em negociações multilaterais.
Nos últimos anos, Whitaker se destacou como crítico dos processos criminais contra Trump. Em frequentes aparições na Fox News, alinhou-se a outros republicanos na acusação de politização do Departamento de Justiça.
Trump e a relação com a Otan
A nomeação ocorre em um contexto de relações complexas entre Trump e a Otan. Durante seu mandato, o ex-presidente frequentemente criticou a aliança militar, pressionando os membros a aumentarem seus gastos com defesa e ameaçando retirar os Estados Unidos do pacto caso as exigências não fossem atendidas.
Trump também provocou polêmica ao afirmar que poderia “encorajar” a Rússia a agir contra países da Otan que não cumprissem suas metas financeiras. Segundo o Artigo 5 do tratado, um ataque contra qualquer membro é considerado um ataque contra todos os aliados.
Com Whitaker na embaixada, a expectativa é de que a postura dos EUA diante da aliança militar ocidental permaneça no centro dos debates geopolíticos