O Carter Center foi convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela para observar as disputadas eleições no país. Após 11 dias do pleito, o observador afirmou que o candidato Edmundo González, da oposição, venceu, com mais de 60% dos votos, Nicolás Maduro, que foi proclamado reeleito.
O CNE não publicou resultados detalhados e afirma que o atraso é devido a um hack, enquanto Maduro denuncia um golpe de Estado cibernético. O Carter Center, no entanto, ressalta que não houve ataque hacker durante as eleições.
"As empresas monitoram e sabem quando há negações de serviço e não havia uma naquela noite", explicou Lincoln, chefe da missão de observação da Carter Center em uma entrevista de Atlanta, Estados Unidos. "A transmissão dos dados de votação é por telefone e telefone via satélite e não por computador. Eles não perderam dados", acrescentou ele.
Lincoln disse ainda que o presidente da CNE, Elvis Amoroso, afirmou que publicaria a tabela de resultados por mesa no site e entregaria um CD aos partidos políticos quando anunciasse um primeiro boletim.
"É uma promessa que você nunca cumpriu", afirmou Lincoln para a América Latina e Caribe.
De acordo com Lincoln, o Carter Center analisou os números disponíveis junto com outras organizações e universidades, o que levou à confirmação de que Edmundo González Urrutia é o vencedor com mais de 60% dos votos.
A oposição publicou em um site cópias de mais de 80% das atas, as quais provam a vitória de González Urrutia — representante da líder María Corina Machado — com 67% dos votos. O CNE afirmou que o adversário do atual presidente teve 43% em comparação com 52% de Maduro.
"É um teatro puro", disse Lincoln sobre o CNE. Ele preferiu não comentar sobre contatos com as autoridades do conselho ou do regime desde que o Centro Carter estimou que a eleição não estava de acordo com parâmetros internacionais e padrões de integridade eleitoral e, assim, não poderia ser considerada democrática.
"O governo [da Venezuela] teve 11, 12 dias... Um tempo muito amplo para mostrar os dados reais da ata que receberam na noite da eleição", disse Lincoln.
Brasil, Colômbia e México, pressionam por um acordo de coexistência entre as partes, sugeriram uma “verificação imparcial dos resultados”.
A declaração do Carter Center foi emitida quando a missão de observação já estava fora do país.
Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Clique aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp .