Após semanas de protestos em massa, a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou, segundo o exército do país. Um “governo interino” será agora formado, anunciou o chefe do exército Waker-Uz-Zaman nesta segunda-feira (5), em um discurso à nação transmitido pela televisão estatal.
Anteriormente, os manifestantes tinham invadido a residência oficial de Hasina, que, segundo aqueles que a rodeavam, tinha fugido da capital Dhaka de helicóptero.
"Formaremos um governo de transição", disse o chefe do exército no seu discurso televisionado. Para isso, ele falará com os principais partidos da oposição e representantes da sociedade civil – mas não com o partido de Hasina.
“Assumo total responsabilidade”, enfatizou Waker-Uz-Zaman. Ele espera que a situação no país agora se acalme.
Anteriormente, manifestantes antigovernamentais invadiram o palácio do governo na capital Dhaka. Depois, era possível vê-los comemorando na televisão e acenando para as câmeras.
Naquele momento, segundo pessoas próximas, Hasina já havia saído do prédio em direção a um “local seguro”.
“Sua equipe de segurança pediu que ela fosse embora; ela não teve tempo de se preparar”, apurou a agência de notícias AFP. O homem de 76 anos foi inicialmente levado em uma carreata. “Mais tarde, ela foi evacuada de helicóptero". Não se sabia inicialmente para onde ele estava indo.
Hasina foi confirmada no cargo em janeiro, numa eleição que foi boicotada por grande parte da oposição. O seu governo foi acusado, entre outras coisas, de abusar das instituições do Estado para manter o seu próprio poder e de suprimir os críticos do governo - incluindo o assassinato extrajudicial de figuras da oposição.
Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Clique aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp.