As Forças Armadas de Israel anunciaram, nesta sexta-feira (5), a demissão dos dois comandantes responsáveis pelo operação que bombardeou e resultou na morte de equipe de voluntários da ONG World Central Kitchen (WCK) na segunda-ferira (1º).
Segundo um inquérito interno das próprias Forças Armadas, os militares confundiram os integrantes da ONG com terroristas armados do Hamas, mesmo trajados com os coletes da WCK e dentro de um carro com o logotipo e nome da ONG estampados.
As Forças indicam, no inquérito, que o grupo foi "erroneamente alvejado". A World Central Kitchen rejeitou as conclusões e cobrou uma investigação independente .
O caso foi chamado pelas Forças de Israel de "erro grave decorrente de uma falha grave devido a uma identificação equivocada, erros na tomada de decisões e um ataque contrário aos Procedimentos Operacionais Padrão".
As Forças Armadas ainda divulgaram um comunicado em que afirmam ter demitido o comandante de apoio da brigada, destituído o chefe do Estado-Maior da brigada responsável pela operação e, por fim, repreendido outros comandantes, cujos nomes e cargos não foram informados.
"As conclusões da investigação indicam que o incidente não deveria ter ocorrido. Os comandantes que aprovaram o ataque estavam convencidos de que o alvo eram agentes armados do Hamas e não funcionários da WCK", afirmou o relatório.
Entenda o ataque
Na segunda-feira (1º) sete voluntários da ONG World Central Kitchen foram bombardeados após levarem uma carga de alimentos para o território palestino. O bombardeio atingiu dois veículos, que levavam três cidadãos do Reino Unido, um da Austrália, um dos Estados Unidos, um da Polônia e um palestino.
A World Central Kitchen é uma das organizações com maior atuação em Gaza. Foi ela que, há duas semanas, inaugurou o corredor marítimo do Chipre até o enclave palestino ao enviar, em parceria com a ONG Open Arms, o primeiro navio com ajuda humanitária ao território.
Na quarta-feira (3), em entrevista à Reuters, o chef espanhol e fundador da WCK, José Andrés, acusou o governo israelense de bombardear intencionalmente o grupo.
Ele afirmou que a World Central Kitchen havia avisado o Exército israelense que o grupo iria ao norte de Gaza para entregar alimentos. Sendo assim, os militares sabiam de antemão quais seriam os trajetos dos funcionários.
O governo de Israel negou, mas, no relatório da investigação apresentado nesta sexta, as Forças Armadas não falam sobre a comunicação prévia com a ONG.
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