Joe Biden e Benjamin Netanyahu
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Joe Biden e Benjamin Netanyahu

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden , reconheceu na sexta-feira (8) que ele e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, precisam ter um acerto de contas sobre a recusa contínua de Tel Aviv em permitir mais ajuda na sitiada Faixa de Gaza.

Biden foi pego por um microfone aberto na noite de quinta-feira dizendo ao senador democrata Michael Bennet que ele e o primeiro-ministro precisavam ter uma "reunião séria".

As observações foram capturadas em vídeo enquanto o presidente saía do Capitólio após entregar o discurso anual do Estado da União.

“Eu disse a ele, Bibi, e não repita isso, eu disse, 'Você e eu vamos ter uma reunião séria'", Biden pode ser ouvido dizendo depois que Bennet o pressionou para continuar pressionando Israel sobre entregas de ajuda.

Perguntado na sexta-feira sobre os comentários, Biden disse que não os fez durante seu discurso formal.

"E depois?" perguntou um repórter. "Vocês estão espionando conversas", disse Biden.

As observações são a indicação mais clara da crescente frustração de Biden com o líder de Israel enquanto a fome continua a matar palestinos em Gaza.

Os EUA começaram a realizar lançamentos de ajuda humanitária no último sábado em resposta à catástrofe, e Biden anunciou que os EUA construiriam um cais temporário na costa de Gaza para facilitar mais entregas.

O presidente aludiu à sua frustração com Netanyahu durante seu discurso anual, dizendo que Israel não pode usar entregas de ajuda humanitária como uma "moeda de troca" em negociações para garantir um cessar-fogo em Gaza.

"À liderança de Israel, eu digo o seguinte: A assistência humanitária não pode ser uma consideração secundária ou uma moeda de troca. Proteger e salvar vidas inocentes tem que ser uma prioridade", disse Biden.

Israel travou uma ofensiva retaliatória em Gaza desde um ataque transfronteiriço do Hamas em 7 de outubro que matou menos de 1.200 pessoas. A ofensiva já matou mais de 30.800 vítimas e feriu quase 73.000 em Gaza, em meio a destruição em massa e escassez aguda de necessidades.

Israel também impôs um bloqueio paralisante ao enclave palestino, deixando sua população, especialmente os moradores do norte de Gaza, à beira da fome.

Aproximadamente 85% dos moradores da Faixa de Gaza foram deslocados pelo ataque israelense em meio a uma escassez aguda de alimentos, água potável e medicamentos, enquanto 60% da infraestrutura do enclave foi danificada ou destruída, segundo a ONU.

Israel é acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Uma decisão provisória em janeiro ordenou que Tel Aviv parasse com os atos genocidas e tomasse medidas para garantir que a ajuda humanitária fosse fornecida aos civis em Gaza.

Um grupo de especialistas da ONU disse na terça-feira que Israel está desrespeitando suas responsabilidades conforme a ordem da CIJ (Corte Internacional de Justiça).

"Israel sistematicamente nega e restringe a entrada de ajuda humanitária em Gaza interceptando entregas nos postos de controle, bombardeando comboios humanitários e atirando em civis que procuram assistência humanitária", disseram eles.

"Israel não está respeitando suas obrigações legais internacionais, não está cumprindo as medidas provisórias da Corte Internacional de Justiça e está cometendo crimes atrozes", acrescentaram os especialistas.

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