Em comunicado na manhã deste sábado (14), o Hamas disse "apreciar" os "esforços incansáveis da Rússia" e do presidente Vladimir Putin de tentar mediar o conflito entre o grupo radical islâmico e Israel e impedir as contraofensivas israelenses em Gaza.
"[Nós] apreciamos a posição do presidente russo Vladimir Putin em relação à agressão sionista em curso contra o nosso povo e a sua rejeição do cerco de Gaza, o corte de suprimentos de ajuda humanitária e o ataque a civis seguros lá", afirmou o grupo.
Como retaliação aos ataques do Hamas, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou na última segunda (9) que o país faria um "bloqueio completo" de alimentos, combustíveis, gás e energia na Faixa de Gaza.
De acordo com a agência da ONU para refugiados da Palestina (UNRWA), mais de dois milhões de pessoas estão correndo risco na Faixa de Gaza por conta do esgotamento de água.
O comunicado do Hamas foi divulgado após Putin pedir, na última quarta-feira (9), que ambos os lados do conflito "minimizassem ou reduzissem a zero" as mortes de civis nos ataques. Nessa sexta (13), o Ministério das Relações Exteriores em Moscou também fez apelos semelhantes.
As declarações de Putin acontecem enquanto a Rússia trava uma guerra contra a Ucrânia, após a invasão ao território do país em fevereiro do ano passado. O russo ainda é investigado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade durante o conflito, que completa dois anos de duração no início de 2024. Entre outros pontos, o caso inclui acusações de alvejar civis.
Além das falas do mandatário, o enviado russo à reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) distribuiu uma resolução pedindo cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas.
A ofensiva no Oriente Médio começou após o Hamas realizar um ataque surpresa em Israel no último dia 7. Na ocasião, o grupo radical bombardeou o sul israelense com mais de 5 mil foguetes. Além do ataque aéreo, militantes do grupo se infiltraram em território israelense por água e terra, em uma incursão sem precedentes com homens armados no sul do país.
Depois disso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao grupo.
Nessa quinta-feira (12), as Forças Armadas de Israel pediram que os moradores de Gaza, que é comandada pelo Hamas, deixassem a região em até 24 horas e se deslocassem em direção ao sul.
Hoje, após o fim do prazo dado pelo país, às 10h do horário de Brasília, o Exército israelense intensificou os ataques contra Gaza, no oitavo dia de conflito, em uma contraofensiva.