Equipes de resgate na cidade de Derna, a mais atingida pelas devastadoras inundações que atingiram a Líbia
no início da semana, pediram mais sacos para transportar cadáveres, que continuam a aparecer em grandes quantidades. O receio das autoridades locais é que doenças sejam espalhadas aos sobreviventes.
"Precisamos de equipes especializadas na recuperação de corpos. Temo que a cidade seja infectada por uma epidemia devido ao grande número de corpos sob os escombros e na água" disse o prefeito de Derna, Abdulmenam al-Ghaithi, segundo o jornal britânico The Guardian.
A contabilização do número de mortos na Líbia em decorrência das inundações está sendo dificultada por conta do grande número de corpos que estão sendo devolvidos pelo mar. Enquanto a Cruz Vermelha já registra 11,3 mil mortos, o governo local fala em algo em torno de 5,5 mil. Há preocupações de que o número já tenha superado 20 mil, já que os resgates não foram finalizados.
No início da semana, a tempestade Daniel atingiu a Líbia , causando o rompimento de duas represas no rio Wadi Derna. O rompimento levou bairros inteiros, arrastando corpos pela correnteza.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a administração local tem culpa na tragédia. "Os alertas poderiam ter sido emitidos, e as forças de gestão de emergências poderiam ter retirado a população, e poderíamos ter evitado a maioria das vítimas", disse Petteri Taalas, chefe da Organização Meteorológica Mundial da ONU. Autoridades locais pedem investigações para encontrar responsáveis.
Nesta quinta-feira (14), a ONU lançou um apelo para conseguir US$ 71,4 milhões para auxiliar a Líbia de forma emergencial. Segundo o órgão, a ideia é "responder às necessidades mais urgentes de 250 mil pessoas, das 884 mil pessoas estimadas em necessidade, durante os próximos três meses".