Ao desembarcar no aeroporto de Nova Délhi (capital da Índia) para participar da reunião da cúpula do G-20 , o presidente Lula (PT) se deparou com outdoors em inglês pressionando-o para indicar uma mulher negra de perfil progressista ao Supremo Tribunal Federal (STF) .
Traduzindo, o outdoor instalado por movimentos sociais e entidades brasileiras diz: “Em 132 anos, o Brasil nunca teve uma mulher negra na Suprema Corte. www.ministranegranostf.com.br ”.
O G-20 é um grupo formado pelos países com as maiores economias do mundo, do qual o Brasil faz parte e será presidente a partir de dezembro. As mensagens foram espalhadas por diversas ONG’s como a Coalizão Negra por Direitos, ONG Nossas, Instituto de Defesa da População Negra, Instituto Marielle Franco e o Movimento Mulheres Negras Decidem.
A pressão sobre o presidente teve início após sua base eleitoral se irritar com os posicionamentos de seu ex-advogado, Cristiano Zanin , escolhido por Lula para a primeira vaga aberta no STF durante seu terceiro mandato, e com pouco tempo até a aposentadoria compulsória da ministra Rosa Weber, a mobilização para pressionar o presidente se torna cada vez maior.
Recentemente, em uma live semanal, Lula criou mais uma polêmica relacionada ao Supremo quando sugeriu que os votos de cada ministro deixem de ser públicos , divulgando-se apenas o placar da decisão, para evitar a animosidade e hostilidade da população contra os membros do STF.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, colocou panos quentes ao mesmo tempo em que deu certo respaldo à tese levantada por Lula, mas isso não foi o bastante para evitar uma “maré” de críticas .
Apesar de toda a mobilização, até o momento Lula não tem dado sinais de que atenderá a esse clamor, e não fala publicamente sobre essa importante decisão. Informações dos bastidores apontam Flávio Dino (que alega não ter recebido nenhum convite de Lula) e o advogado-geral da União, Jorge Messias, como os favoritos do presidente.