O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, durante seu discurso na cúpula do G20 neste sábado (9) , ajuda a países ricos para combater os impactos da crise climática nos países subdesenvolvidos. Ele citou, por exemplo, o ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais no Rio Grande do Sul.
Na sua fala, Lula cobrou que as 20 maiores economias do mundo, que compõe o bloco, invistam em energias renováveis, como os biocombustíveis. O Brasil será o próximo país sede da cúpula e, segundo Lula, lançará, a partir de dezembro deste ano, uma Força Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima.
"Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis. Os efeitos da mudança do clima não são sentidos por todos da mesma forma. São os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes, os mais impactados. Quem mais contribuiu historicamente para o aquecimento global deve arcar com os maiores custos de combatê-la. Esta é uma dívida acumulada ao longo de dois séculos", disse o presidente.
Lula mencionou ainda a conferência mundial do clima de Copenhague, em 2009, onde ficou acordado que países ricos deveriam prover 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Segundo ele, essa promessa nunca saiu do papel.
"De nada adiantará o mundo rico chegar às COPs [conferências mundiais sobre o clima] do futuro vangloriando-se das suas reduções nas emissões de carbono, se as responsabilidades continuarem sendo transferidas para o Sul Global. Recursos não faltam. Ano passado, o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares em armas. Essa montanha de dinheiro poderia estar sendo canalizada para o desenvolvimento sustentável e a ação climática", afirmou.
O presidente também reafirmou que o Brasil "faz a sua parte" na proteção das florestas e na promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia. Ele destacou que, nos primeiros oito meses deste ano, houve uma redução de 48% do desmatamento, em comparação ao mesmo período de 2022.
Ele afirmou que o "descompromisso com o meio ambiente" é responsável por uma emergência climática sem precedentes.
"O aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares. As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética", enfatizou.