Nesta sexta-feira (25), o Kremlin negou ter ordenado a morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin. O porta-voz Dmitry Peskov disse que as alegações de que a Rússia deu ordem para matar o chefe do grupo de mercenários são "uma mentira completa".
"Alegações contra o Kremlin são 'mentiras completas'", afirmou Peskov a jornalistas, segundo a BBC News. Na ocasião, o porta-voz disse que havia "muita especulação" em torno da queda do avião e da "morte trágica" dos passageiros a bordo.
"No Ocidente, é claro que esta especulação vem de um certo ângulo. É tudo uma mentira completa. É claro que quando falamos sobre esta questão devemos nos guiar apenas pelos fatos", disse ele. "Não temos muitos fatos neste momento, os fatos precisam ser esclarecidos durante a investigação oficial que está sendo realizada neste momento."
Ele ainda afirmou que é impossível dizer se o presidente da Rússia, Vladimir Putin , vai comparecer ao funeral de Prigozhon, porque o líder russo tem "uma agenda muito lotada".
Antes da declaração de Peskov, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, criticou as falas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a queda do avião. Na última quarta (23), o norte-americano disse não ter ficado surpreso com a notícia da morte de Progozhin e que não acontece muita coisa na Rússia que Putin não esteja por trás.
O Kremlin reagiu às declarações dizendo que os comentários de Biden eram "inaceitáveis".
Na noite de quarta, autoridades russas confirmaram a morte do chefe do grupo mercenário e de seu primeiro comandante, Dmitri Utkin, que estavam a bordo de um avião particular que caiu na Rússia. A queda levou à morte de todos os dez ocupantes da aeronave.
O avião caiu durante um voo de Moscou para São Petersburgo, informaram as autoridades.
O caso está sob investigação.
Tentativa de motim
O Grupo Wagner, liderado por Prigozhin à época, ameaçou invadir a capital russa e se dirigiu a Moscou em 23 de junho, até que um acordo foi anunciado no dia seguinte.
No sábado, 24, Peskov confirmou que houve negociações entre as partes, mediadas pelo governo de Belarus, e um acordo foi alcançado com o grupo. Ele acrescentou que "evitar derramamento de sangue é mais importante do que perseguir alguém criminalmente".
Nenhum dos membros do Grupo Wagner que participaram da rebelião será alvo de perseguição criminal. Os mercenários que não aderiram à revolta serão integrados ao Ministério da Defesa russo.
Na ocasião, também foi acordado que Prigozhin se exilasse em Belarus, país aliado de Moscou, e deixar o front na Ucrânia e em São Petersburgo.